Fumaça sai do chão em terreno no Jardim Porto Seguro, em Ribeirão Preto

17/09/2017 13:08:00

O forte cheiro exalado é o que mais incomoda os moradores vizinhos, que também temem prejuízos à saúde

Roberto Galhardo / Especial
Forte cheiro de fumaça é a principal reclamação de moradores sobre o solo turfoso; clique e confira galeria de fotos (Foto: Roberto Galhardo / Especial)

 

Já imaginou morar próximo a um terreno em que uma fumaça sai debaixo da terra o tempo todo, exalando um odor nada agradável? Esta é a situação dos moradores da Rua Paulo Tupinambá, no Jardim Porto Seguro, zona Norte de Ribeirão Preto.

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Segundo eles, o problema é antigo e nenhuma explicação ainda foi encontrada. “O que nos dizem é que o bairro foi construído em uma área de descarte de piche, óleo e lixo”, diz o construtor Nelson Donizete dos Santos, que mora há 12 anos em frente ao local.

Para ele, o que mais incomoda é o forte cheiro da fumaça. “Todos os moradores sofrem com isso, pois a fumaça entra em casa”, afirma.

A dona de casa Claudineia dos Santos - que também mora em frente ao terreno – reforça a reclamação de Donizete. "O cheiro forte entra na casa, principalmente à noite. Tenho rinite e passo muito mal, parece que vou sufocar”, conta ela, que, para amenizar o problema, deixa a casa toda fechada.

Em entrevista à EPTV, o engenheiro agrônomo Rodrigo Borsari explicou que essa fumaça faz mal à saúde, pois sai do alcatrão. “É como se você tivesse um cigarro aceso em casa o dia todo”, frisa. “No período noturno, quando as massas de ar se deslocam em menor velocidade e quantidade, a fumaça tende a se acumular nas zonas baixas. Então, as casas mais próximas a esta região tendem a ter o local enfumaçado”, completa.

Reclamação

Os moradores afirmam que, por diversas vezes, apresentaram o problema à Prefeitura. “Acionamos a Secretaria do Meio Ambiente, mas até agora nada foi feito para resolver o problema. Eles vieram até aqui e depois sumiram”, conta Donizete, que quer saber por que o solo pega fogo e, assim, tentar acabar de vez com a fumaça, que é tóxica.

“Isso é muito importante, até para saber se as casas foram construídas em local adequado”, comenta.

“Tenho essa dúvida, pois os pés da minha geladeira e do fogão e o rodapé da casa apodreceram”, reforça.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente informou que é possível que essa seja uma área de turfa, o que quer dizer que neste local tem bastante vegetação embaixo da terra e pega fogo com facilidade. Porém, não disse como e nem quando irá resolver esse problema.

Turfa

Borsari explicou que turfa é uma matéria orgânica primitiva, acumulada durante muito tempo. “Além disso, estamos em uma área próxima a um córrego, um solo aluvial, extremamente instável. Por isso a sensação de não ter fundo, ser oco”, reforça.

Segundo o engenheiro, o fogo do local não irá cessar enquanto houver material para queimar. “Só para se o material estiver úmido ou quando acabar mesmo”, frisa.

Por isso, Borsari comenta que a solução para o problema é a chuva. “A chuva voltando, resolve isso. Mas um paliativo seria molhar a área com um volume de água representativo”, finaliza. (Com EPTV)



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