Julgamento terminou ontem por volta das 21h30; jurados não encontraram ligações do médico com o crime
O julgamento mais esperado nesses últimos 20 anos, em Araraquara, terminou às 21h45 de ontem, quando o réu Haroldo Petlik foi inocentado pela morte da esposa, a professora Suzana Petlik, ocorrida em 13 de fevereiro de 1994. Até se chegar a uma decisão, foram cerca de doze horas de julgamento.
O culpado pelo crime foi o segundo réu, Gustavo Alcântara Faria, o qual foi condenado a 30 anos de reclusão, por homicídio doloso qualificado.
Tensão
O segundo dia de julgamento foi bastante tenso, em alguns momentos, tanto a defesa quanto a promotoria se exaltaram.
Quando o promotor Herivelto de Almeida mostrou as fotos do corpo de Suzana, os filhos Luís Eduardo, Claudia e Daniel deixaram o plenário.
A promotoria alegou que não havia nenhum indício de tentativa de estupro contra Suzana, como alegava a defesa.
Também contestou ainda o álibi de Gustavo, que teria dito que o mesmo estaria num clube social da cidade no dia e na hora do crime.
Por outro lado, a defesa insistiu na falta de provas contra Haroldo, tanto no tocante de ser o mandante do crime, bem como ter conhecido Gustavo. “O que consta neste processo contra Haroldo é pó. É nada”, ressaltou o advogado José Luís Oliveira Lima.
Falhas
Assim como no primeiro dia do julgamento, a defesa apostou em ‘falhas’ na investigação. Rodrigo Dall’Aqua disse que uma das provas simplesmente sumiu do arquivo do Fórum.
Uma toalha com fios de cabelo teria sido encontrada e guardada como evidência na época. No entanto, em 2007, o promotor Herivelto de Almeida pediu um exame de DNA, mas depois disso a prova não voltou a ser arquivada.
As roupas usadas por Suzana no dia em que foi morta também deveriam constar, mas foram incineradas. Falta de clareza nas provas foi o principal ponto adotado pela defesa.