'Guilherme Longo é um psicopata', diz testemunha

22/08/2014 09:49:00

A Justiça coletou ontem o segundo relato de testemunhas; pais de Joaquim devem depor nos dias 11 e 12 de setembro

Reprodução / EPTV
Lélio foi o segundo a depor no caso Joaquim. Anteontem, audiência com testemunha da defesa de Guilherme foi adiada (Foto: Reprodução / EPTV)

“Acordei com ele socando minha cabeça. Em seguida, aplicou uma gravata e perdi os sentidos”. Essa é a lembrança que o motorista Lélio de Paula Machado tem de Guilherme Longo, acusado pelo Ministério Público de ter matado o afilhado Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, em novembro do ano passado.

Em 2006, Lélio e Guilherme foram colegas em um curso de aviação ministrados no aeroporto Leite Lopes. Do período, o motorista firmou uma convicção: “ele [padrasto de Joaquim] é uma pessoa psicopata”, resumiu ontem, em entrevista ao A Cidade.

À tarde, Lélio foi ouvido no Fórum de Goiás (GO), onde vive atualmente, como testemunha de acusação. Seu depoimento, para o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, “mostra do que Guilherme é capaz”.

Ciúmes

Para Lélio, as agressões que sofreu do padrasto de Joaquim há oito anos foram injustificadas e movida por “ciúmes doentio”. Guilherme o teria acusado de flertar com sua namorada.

Ele disse ter ficado três minutos desmaiado. Retomou os sentidos todo ensanguentado. Sofreu, inclusive, derrame ocular.

Quando foi se lavar, encontrou Guilherme sentado na sala, olhando para o teto, sem esboçar reação. Depois, Lélio fez um boletim de ocorrência por lesão corporal.

“Ele era, a princípio, uma pessoa sociável. Mas usava frequentemente cocaína, isso o deixava agressivo e agitado”, afirma.

Na noite em que Joaquim desapareceu, Guilherme afirmou que teve uma recaída - ele teria se recuperado em uma clínica de tratamento - e saiu de casa justamente para comprar cocaína. Não teria, entretanto, encontrado o traficante.

O A Cidade tentou contactar o advogado de Guilherme entre 18h e 22h de ontem, mas seu celular constava como “indisponível” pela operadora.

Promotor ressalta agressividade do padrasto

O promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino disse ontem que o depoimento de Lélio ajuda a traçar o perfil de Guilherme. “É um sujeito agressivo, descontrolado, com um caráter profundamente deformado”, afirmou.
A cocaína, segundo o promotor, era um agravante dessa situação.

Advogado do pai de Joaquim e assistente de acusação, Alexandre Durante diz que o relato de Lélio comprova que Guilherme tinha um histórico de violência, que seria de conhecimento de Natália Marques, mãe de Joaquim.

No dia 5 de agosto, a Justiça começou a ouvir as testemunhas do caso. O irmão de Natália foi o primeiro a depor. Ele evitou incriminar Guilherme e disse que a família era feliz.

A estratégia da defesa de Natália é tentar comprovar que ela não poderia prever que Guilherme mataria Joaquim, caso ele seja condenado por homicídio. O Ministério Público, por sua vez, acusa a mãe do garoto por omissão. O próximo depoimento, de uma amiga de Natália, será dia 26. Já o casal deve depor nos dias 11 e 12 de setembro.



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