Em adoção provisória, Leandro e Alison passaram o dia de ontem ao lado de dona Sônia e de Edivaldo
“É um sentimento muito bom. Recebemos muito carinho e amor. Foi uma Páscoa muito feliz”. Foram com essas singelas palavras que o adolescente Leandro Gomes, de 13 anos, conta como foi passar hoje (20) a Páscoa ao lado da sua nova família, depois de cinco anos vivendo em abrigos de Ribeirão Preto.
Leandro e o irmão Alison, 12, foram adotados, ainda provisoriamente, pelo casal, o agente de saúde Edivaldo Rildo de Castro, 47, e a salgadeira Sônia Aparecida Carvalho de Castro, 48.
O casal ficou bastante sensibilizado com a história dos adolescentes após a exibição de uma reportagem pela EPTV, em janeiro.
Retirados da mãe biológica, usuária de drogas, e sem nunca terem conhecido o pai, os irmãos passaram pelo Centro de Atendimento a Crianças e Adolescentes Vitimizados (Cacav), mantido pela Prefeitura, e há três anos estavam sob os cuidados de uma instituição no Jardim Paulista.
A Páscoa deste ano não foi diferente apenas para os irmãos, mas também para o casal, que há 14 anos tinha vontade de adotar uma criança, mas nunca havia levado a questão adiante.
Segundo Edivaldo, os meninos já fazem parte da família. “Existe até discussão entre eles, coisa muito comum em uma família. Estamos todos felizes”, disse.
Edivaldo afirma que a Justiça conceceu a guarda provisória por 180 dias. “Assim que terminar esse prazo, vamos requerer a adoção definitiva. Queremos continuar com os dois”.
O mesmo desejo é de Leandro. “Espero que a minha permanência e do meu irmão não seja breve aqui. Queremos continuar”, disse. Além do novo lar, a Páscoa foi recheada de chocolates, que ganharam.
Mudança de hábito permite até jogar futebol
Com a nova casa, Alison e Leandro também mudaram alguns hábitos. Passaram a dormir mais tarde e a ter um pouco mais de liberdade para comer.
Em breve, também deixarão de estudar em uma escola particular na Vila Tibério – cuja bolsa de estudos expira em julho – e passarão a frequentar uma escola municipal do bairro de sua nova família, para terem mais tempo para jogar futebol à tarde e para terem mais contato com a vizinhança.
Atualmente, eles gastam ao menos uma hora e meia para se deslocar até a escola e chegam em casa às 20h, durante a semana. A intenção é mudá-los de horário na escola para ficarem livres à tarde (Com EPTV).