Hospitais de Ribeirão estão com falta de leitos de média complexidade (foto: Samir Baptista / Especial - 18.mar.2011)

A falta de leitos de internação nos hospitais de Ribeirão Preto, que resulta em desde espera para encaminhamento de pacientes a corredores lotados por macas, levantou o sinal de alerta em gestores de Saúde da região. Ontem, uma reunião foi realizada no DRS (Departamento Regional de Saúde).

Em reportagens veiculadas na semana passada, a EPTV mostrou a situação caótica enfrentada pelos pacientes no Hospital das Clínicas, Santa Casa e Beneficência Portuguesa. O motivo: a demanda por leitos é maior do que a disponibilidade.

O diretor do DRS da região de Ribeirão, Ronaldo Capelli, disse que o maior problema está nos leitos de “complexidade média”, também conhecidos como de “retaguarda”.

Pacientes em recuperação pós-cirúrgica, por exemplo, poderiam ocupar esses leitos. Mas, como há déficit, eles acabam ficando em vagas de maior complexidade - tomando o lugar de quem precisaria de uma internação por procedimentos de maior risco ou emergencial.

Na reunião, o secretário de Saúde de Ribeirão Preto, Sandro Scarpelini, se dispôs a remanejar leitos do Hospital Santa Lydia para atender essa retaguarda imediatamente e, a curto prazo, criar novas vagas.

Explicações

Segundo Capelli, atualmente a região dispõe de aproximadamente 800 leitos de retaguarda, praticamente todos ocupados. Ele diz que a situação não é caótica, mas que precisa ser solucionada.

Os gestores disseram, na reunião, que a demanda de pacientes aumentou em cerca de 10% nos últimos meses. Capelli diz que isso pode ser reflexo da crise econômica, com pessoas deixando convênios particulares e recorrendo ao SUS.

Além disso, o diretor justificou que houve um aumento de acidentes de trânsito, resultando em mais internações por traumas. 

Região pode ter novo hospital de urgência

No encontro de ontem, o diretor do DRS Ronaldo Capelli e o secretário de Saúde de Ribeirão Preto, Sandro Scarpelinni, sugeriram a construção de um hospital de urgência e emergência, em parceria com o Hospital das Clínicas, para atender à região metropolitana de Ribeirão Preto. Ele seria no Anel Viário, aos moldes do atual HC-UE, mas ainda não tem previsão de custo e prazo.

Capelli diz que também será feito um trabalho de gestão, com a criação de uma central única de regulação de vagas, para distribuir os pacientes nos leitos de internação de forma mais eficaz e ágil.

Ele diz, também, que a inauguração do Hospital de Serrana, previsto para o segundo semestre de 2018, traria 92 novos leitos. Esse Hospital deveria ter sido inaugurado em 2010.