Justiça de Araraquara condena homem por planejar crime através do Facebook

20/03/2017 12:23:00

Tentativa de homicídio teria sido motivada por ciúmes

O Tribunal do Júri de Araraquara condenou na semana passada, em primeira instância, um homem acusado de tentar matar outro em um crime planejado inicialmente pela internet, mais precisamente através do perfil do Facebook. O acusado viu a vítima mandar uma mensagem para sua esposa e, com ciúmes, ele se fez passar por ela, combinou um encontro e esfaqueou o pretendente sem dar qualquer chance de defesa. Esse é o primeiro caso em que as redes sociais são utilizadas para atrair a vítima para um crime contra vida na região.

Nomes não foram revelados. O conselho de sentença considerou o rapaz culpado pela tentativa de homicídio. Ele, que estava em liberdade, teve a prisão decretada ainda em plenário ao ser condenado a dez anos de prisão. De acordo com o inquérito policial, utilizado como base para a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu na madrugada de 24 de abril de 2015, no Jardim Esplanada, em Araraquara.

Na ocasião, o autor estava em casa com a mulher quando ela recebeu, em sua rede social, uma mensagem com conotação sexual da vítima, que também era casado, mas naquele momento, usava um perfil falso com foto e nome de outra pessoa. Ele nega. O promotor Herivelto de Almeida, responsável pela denúncia, diz que o marido, de imediato, insatisfeito com a situação e motivado pelo ciúme, pegou o celular e, passando-se pela mulher, deu continuidade à conversa em segunda etapa pelo WhatsApp.

Durante o papo, disfarçando sua real intenção, o marido indicou o local e horário onde se encontraria com a vítima, que prontamente aceitou, achando ser a mulher. Após atrair o homem ao local, o acusado escondeu-se e quando a vítima se aproximou, ainda montada em sua moto, o acusado o esfaqueou pelas costas. O acusado fugiu. O motociclista se escondeu em um terreno baldio e pediu ajuda ao pai para ser socorrido.

Ele foi submetido a cirurgia com uma perfuração no pulmão e ficou internado por cinco dias. Para a Promotoria, o homicídio “apenas não se consumou por circunstâncias alheias à vontade do agente, consistentes na fuga da vítima e atendimento médico eficaz”. Em plenário, o acusado alegou legitima defesa dizendo que a facada foi dada para se defender. Também negou querer matar por ciúmes. A decisão cabe recurso, mas, por ora, o autor segue preso na Penitenciária de Araraquara.



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