Sofá velho e cavalo habitam praça do Quintino I

15/01/2017 14:27:00

Para acabar com o desleixo da população, moradora sugere a promoção de oficinas culturais no espaço em Ribeirão Preto

Weber Sian / A Cidade
Moradores relatam que cavalos aproveitam o mato alto para pastar na praça São Mateus; clique na imagem para abrir galeria (Foto: Weber Sian / A Cidade)

 

Mateus Ferreira, 20 anos, se lembra com saudade do campinho de futebol que havia na praça São Mateus, entre as Campinas, César Montagnana, Fernando de Lazzari e Antônio Cabral, no Quintino Facci I, na zona Norte de Ribeirão Preto. "O pessoal jogava vôlei e futebol. Era muito gostoso. Pena que pararam de cuidar. Minha infância toda foi aqui. É triste de ver desse jeito", lamenta.

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Além do campinho abandonado, a praça está tomada pelo mato alto e cheia de lixo espalhado pelo chão. Um sofá foi descartado no local e há cavalos pastando no terreno. "Tinham que limpar e colocar lixeiras. Mas a culpa não é só da prefeitura. A comunidade tinha que cooperar", afirma Mateus.

Para a estudante Paolla Cândido, 16 anos, manter a praça limpa depende da educação e consciência dos moradores. "Não adianta a prefeitura vir, cortar o mato, limpar e o povo sujar de novo. As pessoas precisam entender que a praça é minha, sua, de todo mundo", diz.

Paolla sugere que a prefeitura promova oficinas culturais nas praças para integrar a população e oferecer mais opções de lazer. "Praça não é só banco e grama. Podia haver troca de ideias. Assim, as pessoas iam pensar 'não vamos depredar uma coisa que é nossa'", destaca.

A aposentada Josélia Horvatte, 63 anos, se sentou em um banco da praça na terça-feira passada (10) para ler um livro, mas não se sentiu confortável em meio a copos e sacolas plásticas, embalagens de isopor e pedaços de papel. "Está nojento. O povo é muito mal educado. Tudo bem que não tem lixeiras, mas onde já se viu sair jogando o lixo no chão? Pode ter escorpião e rato por aí", comenta.

Assim como Mateus, Josélia também sente falta da praça São Mateus de antes. "Já foi uma praça muito boa, mas foram abandonando aos poucos. Tinha um morador que cuidava, mas, desde que ele morreu, a situação piorou", observa.

A aposentada torce para que a gestão do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) seja mais zelosa com as praças da cidade. "Estou otimista. Espero que melhore", conclui. 

Weber Sian / A Cidade
Até porcos chafurdam olixo e a lama na praça Padre Nilton Elias de Barros; clique na imagem para abrir galeria (Foto: Weber Sian / A Cidade)

 

Até porco frequenta praça no Quintino 2 

Na praça Padre Nilton Elias de Barros, entre as ruas Demétrio Chaguri, José Rodrigues e Jarbas Martins Viana e a avenida Euclides de Figueiredo, no Quintino Facci II, zona Norte, a situação não é diferente. Quem passa por ali se depara com lixo, bancos quebrados e usuários de drogas.

"Às vezes tem até porcos aqui. É um verdadeiro chiqueiro. Os moradores poderiam até realizar um mutirão de limpeza, mas essa obrigação é da prefeitura", afirma Rodrigo de Jesus, 39 anos.

A jornaleira Iranita Moura, 48 anos, diz que o ambiente da praça é muito ruim. "Os pais não têm coragem de trazer os filhos. Não é um ambiente familiar. Podiam fazer um jardim bonito e ter mais patrulhamento da Guarda Municipal", frisa.

O comerciante Rogério Reggi, 40 anos, tem uma barraquinha de salgados na praça e conta que as condições do local não são favoráveis para o seu negócio. "Não mostra higiene. Um ambiente mais limpo e mais organizado atrairia mais gente. Estou apostando no governo do Nogueira para mudar isso", finaliza. 

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