Frequentadores pedem mais policiamento no local e reclamam de lixeiras quebradas e da falta de bancos
Há tempos o coreto da praça Aureliano de Gusmão, entre as ruas Sete de Setembro, Florêncio de Abreu, Floriano Peixoto e Lafaiete, no Centro de Ribeirão Preto, deixou de ser pano de fundo de casais apaixonados. Todo pichado, o coreto perdeu o romantismo e virou ponto de encontro de usuários de drogas.
"É o dia e a noite inteira assim. Falta segurança. Já chegaram a riscar alguns carros aqui", conta o taxista Antônio Marzona, 60 anos.
A professora Lúcia Vieira, 76 anos, diz que evita passar pela praça por medo de assaltos. "Caminho em volta da praça. Na minha opinião, precisava de mais fiscalização e policiamento", opina.
O publicitário Flávio Aguiar, 38 anos, concorda. "Poderiam colocar uma base móvel da Polícia Militar. Isso intimidaria os criminosos", sugere.
Flávio afirma que usa a praça apenas para passear com o seu cachorro. "E ainda assim ando atento, olhando para os lados. Minha mulher mesmo não vem sozinha", relata.
Mas a falta de segurança não é o único motivo de reclamação por parte dos frequentadores da praça. Os moradores do entorno também se queixam do mato alto, de lixeiras quebradas e da falta de bancos. "Tiraram vários bancos e não repuseram", observou um senhor que não quis se identificar.
Camões é exemplo de cuidado
Nesse cenário de abandono, a praça Luís de Camões, no quadrilátero formado pelas ruas Tibiriçá, Visconde de Inhaúma, Rui Barbosa e Bernardino de Campos, se destaca com vegetação rasteira, bancos conservados, lixeiras com sacolas plásticas e vários postes de iluminação.
"O único pedido que eu faria é para colocarem um banheiro público, como tem na praça XV de Novembro. Atualmente, nós que trabalhamos aqui temos que pedir para usar o banheiro nos prédios em volta da praça", observa a balconista Maíra Bonomi, 31 anos.
O olhador de carros Francisco Sebastião, 72 anos, não tem do que reclamar da praça. "Os bancos estão bons e a praça está limpa. É um bom lugar para trabalhar, tem sombra e ar fresco. As outras praças deveriam ser assim", finaliza.
Problema antigo
Em fevereiro de 2015, a CEE (Comissão Especial de Estudos) das Praças Públicas da Câmara Municipal divulgou um relatório afirmando que as praças José Mortari, na Vila Tibério, e Sete de Setembro, no Centro, eram as que tinham maior necessidade de patrulhamento.
"Existe a necessidade de um maior efetivo de guardas civis municipais, bem como mais viaturas para o patrulhamento preventivo", destacaram os vereadores Rodrigo Simões, André Luiz da Silva, Saulo Rodrigues, Maurício Gasparini e Marcos Papa no relatório.
Os vereadores ainda sugeriram que o Poder Executivo fizesse uma campanha para desestimular a prática da esmola e proibisse o consumo de bebidas alcoólicas nas praças.
"A frequência de usuários de drogas e pessoas habituadas às práticas criminosas nas praças tem afastado a população destes importantes espaços públicos, sendo que as famílias somente voltarão a frequentar as praças quando houver segurança no local, com iluminação e estrutura adequadas", ressaltaram.
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