Falta de remédios deixa pacientes sem tratamento em Ribeirão Preto

10/01/2017 19:20:00

Ao todo, 69 medicamentos estão ausentes das prateleiras das farmácias das UBSs em razão do 'caos financeiro' da prefeitura

Milena Aurea / A Cidade
Claudete de Assis não conseguiu remédios para pressão alta na farmácia da UBDS da Vila Virgínia (Foto: Milena Aurea / A Cidade)

 

A doméstica Claudete de Assis, 60 anos, passa por um aperto: a apenas seis dias de ir viajar para visitar o filho Márcio em Nova Iorque, não consegue pegar remédios de uso contínuo para pressão alta na farmácia da UBDS da Vila Virgínia, bairro onde reside, na zona Oeste de Ribeirão Preto.

“Há três meses venho quase todos os dias aqui para procurar e eles nunca podem fornecer, porque não tem mesmo”, esbraveja.

E ela é apenas um exemplo do sério problema enfrentado pela rede municipal de Saúde: a falta crônica de 69 medicamentos, colocando em risco a vida de pacientes.

E o transtorno vai além do gasto de R$ 300 que dona Claudete teve este mês para comprar a Amlodipina, medicamento que usa. “A receita médica fica retida e preciso dela para justificar os remédios que vou levar na viagem. E eu não posso ficar sem o remédio porque tenho medo de ter um ‘piripaque’”.

Prefeitura admite problema
Segundo nota oficial emitida pela Prefeitura, o novo secretário de Saúde, Sandro Scarpelini, no cargo há apenas dez dias, tem como prioridade a solução tal situação, explicada pelo caos financeiro vivido pela Administração.

“De acordo com levantamento da atual administração, são diferentes as causas que levaram a esse quadro. Entre elas 17 licitações fracassadas, 37 casos de dívida junto aos fornecedores, três casos de atraso com o fornecedor, um atraso de repasse por parte do Ministério da Saúde e 11 atrasos devidos a trâmites burocráticos”, relata o Executivo.

Scarpelini pretende adotar providências imediatas para reabastecer as 43 farmácias em suas Unidades Básicas de Saúde do município, tais como como a renegociação dos débitos junto aos fornecedores e abertura de novas licitações para a reposição dos medicamentos em falta. “Uma vez que são remédios prescritos regularmente por médicos da rede municipal, que seguem protocolo de orientação de tratamento, e entregues aos pacientes gratuitamente, alguns deles de uso contínuo”, conclui a prefeitura, por meio de nota.

Veja matéria completa na edição desta quarta-feira (11) do jornal A Cidade.



    Mais Conteúdo