ONU pede investigação imparcial no caso Luana

04/05/2016 19:23:00

Nota pública divulgada pelo órgão diz que uso excessivo da força por policiais é inadmissível

Reprodução / EPTV
Luana Barbosa dos Reis Santos morreu após ficar sete dias internada no HC de Ribeirão Preto (Foto: Reprodução/EPTV)

 

A ONU (Organização das Nações Unidas) Mulheres Brasil e o Escritório Regional para América do Sul do ACNUDH (Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos) divulgaram uma nota pública nesta quarta-feira (4) pedindo "investigação imparcial e com perspectiva de gênero e raça" sobre a morte de Luana Barbosa dos Reis Santos, 34 anos, que teria sido agredida por policiais militares no Jardim Paiva, zona Oeste de Ribeirão Preto, no dia 8 de abril.

De acordo com as entidades, "o uso excessivo da força, bem como qualquer tipo de discriminação – seja por gênero, raça, etnia, orientação sexual ou de outra natureza – são inadmissíveis no exercício da função policial e devem ser erradicados das forças de ordem do Brasil".

As instituições também enfatizam na nota que "a Polícia Militar de São Paulo deve garantir que procedimentos violentos não sejam tolerados na instituição e assegurar um treinamento adequado de seus agentes, inclusive em matéria de direitos humanos".

Luana era homossexual e se vestia com roupas masculinas. Segundo a família, ela foi abordada por policiais militares, mas se recusou a ser revistada por eles, já que não havia nenhuma policial mulher no local. Diante da recusa, ela teria sido espancada.

A vítima morreu no dia 14 de abril após permanecer seis dias internada no Hospital das Clínicas. Laudo necroscópico do IML (Instituto Médico Legal) confirma que a morte foi causada por espancamento.

O documento diz que Luana sofreu traumatismo crânio-encefálico com isquemia cerebral devido à dissecção de uma artéria.



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