Acumuladoras: irmãs idosas foram retiradas de imóvel na Vila Tibério (foto: F.L. Piton / A Cidade)

As irmãs Marlene Tereza, 61 anos, e Brasília Guaitili, 54 anos, foram internadas ontem de manhã, por tempo indeterminado, no Hospital Psiquiátrico Santa Tereza, em Ribeirão Preto.

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Irmãs são retiradas de imóvel
Equipes fazem a limpeza da casa

Desde então, funcionários da Saúde e da Infraestrutura estão na residência retirando o lixo. Até a manhã de ontem, 11 caminhões de lixo já haviam sido retirados da casa, repleta de insetos, escorpiões e ratazanas.

Apesar das más condições de higiene em que viviam, a diretora da Vigilância em Saúde, Maria Luiza Santa Maria, informou que as idosas não têm nenhuma doença infectocontagiosa. Elas foram avaliadas antes de serem internadas.

Ontem, Maria Luiza acompanhou parte da limpeza na casa das irmãs, que contou com uma força-tarefa de 20 homens, entre eles funcionários do convênio da Infraestrutura com os detentos do regime semiaberto das penitenciárias da região.

Bens
Depois de a Polícia Civil divulgar que a família estimava haver uma fortuna entre R$ 50 mil e R$ 100 mil perdidos na casa e de serem encontrados R$ 1,8 mil, a diretora solicitou que um integrante da família acompanhe a limpeza do espaço até o fim.

Maria Luiza também determinou que a equipe catalogue os bens encontrados antes de entregá-los ao cunhado Benivaldo do Nascimento.

Ontem, por exemplo, foram encontrados materiais para reforma, jogo de panelas, aspirador de pó, máquina de lavar quintal e edredon, tudo dentro das embalagens de compra.

“Cada cômodo é uma surpresa, o que assusta é que elas têm muita coisa de valor, além do entulho, e por isso estamos relacionando os objetos”, diz Maria Luiza.

Mau cheiro dificulta serviço

Os 12 funcionários que trabalhavam ontem na limpeza da casa disseram que essa é a pior situação de lixo e entulho acumulado em que já atuaram. Por conta do mau cheiro, eles trabalham de máscaras.

“É sempre complicado quando entramos em uma casa de um acumulador, mas igual a essa eu nunca tinha visto”, diz um dos agentes que atuava no local.

Eles precisavam fazer pequenas pausas durante a retirada dos detritos, sacolas e sucata da casa para poder respirar longe do mau cheiro da residência. Depois da pausa eles retomavam a limpeza. 

Até a manhã de ontem, as equipes haviam entrado em apenas dois cômodos de uma casa. Ainda há uma segunda com cinco divisões repletas de entulho. 

Residências e vizinhança serão dedetizadas

Os vizinhos das idosas Tereza e Brasília ficaram aliviados e chocados com o tanto de lixo e entulho que foram tirados da casa das irmãs.

“Os ratos já apareciam em nossas casas às vezes, nosso maior medo era com as crianças pequenas, de passar alguma doença”, conta o auxiliar de serviços Nelson Pereira, 34.

O técnico em eletroeletrônica Daniel Eneias da Silva, 37 anos, diz que o mau cheiro é insuportável no local e que nos dias de chuva a situação piorava muito.  “É difícil até de você acreditar que uma pessoa pode viver em uma situação dessas. Quando chovia esse cheiro entrava dentro de casa e ficava impossível”, diz. 

Com a limpeza, os moradores esperam que a situação melhore. A chefe do Controle de Vetores, Maria Lúcia Biagini diz que a casa e a vizinhança serão dedetizados, por conta da quantidade de ratos que existe nas duas casas.