Médicos da Beneficência recebem salário depois de ameaçarem greve

26/01/2015 12:43:00

Profissionais temem enfrentar os mesmos problemas passados pelo Hospital Santa Lydia

Divulgação
Hospital Beneficência Portuguesa, em Ribeirão Preto (Foto: Divulgação)

* Atualizado às 15h12

Médicos do Hospital Beneficência Portuguesa prometiam suspender o atendimento de consultas e cirurgias eletivas destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), caso o pagamento dos salários não fosse feito nesta segunda-feira (26). Os médicos anunciaram a greve depois de uma reunião do corpo clínico, no último sábado (24). 

O repasse do dinheiro foi feito na manhã desta segunda-feira (26) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a Prefeitura de Ribeirão Preto, responsável pelos vencimentos dos funcionários do hospital. 

Em janeiro, o depósito do salário deveria ser feito no dia 12, mas foi realizado apenas 14 dias depois. Segundo um profissional que pediu para não ser identificado, esta não é a primeira vez que há atraso. "A cada mês que passa vem aumentando os atrasos. Em novembro demorou em torno de cinco dias, em dezembro foi dia 20", afirma. 

O Hospital Beneficência Portuguesa afirmou, por meio de nota, que o atraso nos pagamentos dos médicos foi devido ao atraso no repasse da verba pelo SUS. 

Santa Lydia 

Os médicos do Beneficência Portuguesa temem enfrentar os mesmos problemas passados pelos funcionários do Hospital Santa Lydia, em novembro de 2014. A crise na instituição, também em razão de denúncias relacionadas a atrasos nos salários, começou quando 19 ortopedistas pediram demissão.  

Dias depois, uma clínica particular que prestava serviços de nefrologia e diálise ao Santa Lydia acionou o Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), também reclamando de atrasos nos repasses desde janeiro de 2014. O hospital alegou que os pagamentos eram de responsabilidade do SUS e que a diretoria apenas repassava a verba. 

Após as denúncias, toda a diretoria do Santa Lydia foi afastada por dois meses, para que a administração municipal realizasse uma auditoria nas contas. Com isso, a Justiça de Ribeirão Preto nomeou uma Comissão Mista de Administração composta por André Lucirton Costa, docente da Faculdade de Economia e Administração de Ribeirão Preto (FEA-USP), e pelos servidores municipais Darlene Caprari Pires Mestriner e Rogério Antonio da Silva. 

No dia 19 deste mês, venceu os 60 dias para a realização da auditoria, porém, o prazo não foi suficiente. "Devido ao período de final de ano, nós pedimos a prorrogação de 15 dias para terminar o relatório e emitir", afirma o integrante do grupo gestor, André Lucirton Costa. Em relação às condições para continuar atendendo os pacientes da rede pública, Costa disse que só será divulgado após a entrega do relatório.

 



    Mais Conteúdo