Com 784 casos de dengue, Vigilância começa a fazer mutirões de limpeza

12/11/2018 14:50:00

Equipes estiveram no Parque São Paulo e devem continuar a ação em outros bairros


 
O período de chuvas começou de vez e com ele o risco de Araraquara enfrentar mais uma epidemia da doença. Já são 784 casos de acordo com o último levantamento feito pela Vigilância Epidemiológica. Para tentar conter o avanço da doença, além do trabalho casa a casa e das ações de nebulização, os agentes iniciaram nesta segunda-feira (12), no Parque São Paulo, um arrastão para retirar todo tipo de material inservível que possa acumular água e se tornar um potencial criadouro do mosquito da dengue.  

"Nós vamos passar em todas as ruas, a partir das 8h, os agentes perguntam se a pessoa tem alguma coisa que acumula água e ela pode entregar para nossas equipes. Além dos agentes têm também os caminhões que nos ajudam nesse trabalho. Hoje nós já retiramos um volume muito grande de material no Parque São Paulo", explica a coordenadora de Vigilância em Saúde, Joice Nogueira Calera.  

As equipes devem continuar no bairro nos próximos dias, depois, outras regiões serão visitadas também em regime de mutirão. Além disso, a partir do dia 26 de novembro, a Vigilância Epidemiológica vai ampliar seu horário de trabalho para conseguir atender mais pessoas.  

"O número de casas fechadas ainda é grande então, com esse horário, a gente espera poder vistoriar mais casas. Tem muitos bairros que são dormitórios, em que as pessoas trabalham o dia todo e a gente tem dificuldade de acessar. Normalmente quando isso acontece nós deixamos um bilhete explicando para a pessoa que nós precisamos fazer o trabalho de vistoria ou até mesmo de nebulização. Nós pedimos que a pessoa entre em contato para que ela possa agendar um horário", explica Joice.  

A Secretaria de Saúde ainda aguarda o resultado da Avaliação de Densidade Larvária (ADL), realizada em outubro. A ADL tem como objetivo principal avaliar os níveis de infestação de várias áreas do município de maior importância epidemiológica em cada região. Segundo o Ministério da Saúde, o resultado da ADL de 1,0 à 3,9 já é motivo para o estado de alerta; um resultado superior a 4,0 aponta risco alto de epidemia da doença.  

Apesar dos esforços das equipes de controle, cerca de 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, ainda são encontrados dentro das residências. E no Verão, essa situação pode se agravar ainda mais. "Esse período é muito crítico para nós do controle de vetores porque chove muito e faz muito calor. Estamos com um número de casos elevados e contamos com o apoio da população para nos ajudar nesse trabalho de prevenção", pede Joice Calera.  

Dia 30 de novembro será o Dia D de combate a dengue e também estão previstas ações de conscientização e combate por toda a cidade. De acordo com o gerente de Controle de Vetores, Luis Eduardo Ursolino Tagliacozzo, serão realizados arrastões em pontos mais críticos e os trabalhos casa a casa continuarão sendo realizados em todo o município, principalmente na zona rural. Ainda segundo ele, foi encerrada a fiscalização nos denominados Imóveis Especiais, que são hospitais, UPAs, escolas e creches. No entanto, estão mantidos os bloqueios em todas as áreas com casos confirmados de dengue.  

O desafio é barrar a proliferação do mosquito Aedes aegypti e, para isso, a equipe de vetores conta com a colaboração da população.  

"Precisamos da ajuda das pessoas, que precisam ficar atentas aos quintais, fiscalizar os terrenos próximos às suas casas e denunciar à Gerência de Controle de Vetores. E, principalmente, a população precisa colaborar facilitando o acesso dos agentes às casas. Sem essa colaboração, corremos o grande risco de caminhar para uma epidemia", adverte Tagliacozzo.


Para combater a dengue, é necessário evitar água parada. É fundamental manter a limpeza de quintais, calhas, vasilhas de animais e caixas dágua, e evitar o acúmulo de água na parte inferior traseira das geladeiras, locais comuns de criadouros. Também é preciso recolher copos, garrafas, latas e pneus velhos descartáveis nos quintais de casa, além verificar vasos de flores, ralos e piscinas, que também acumulam água parada e servem de criadouros do mosquito.




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