"É muito difícil eu colocar prazo. Eu nunca prometi que ia abrir em nenhum momento. A minha perspectiva é que a gente consiga abrir o mais depressa possível".  

A afirmação do secretário municipal de Saúde, Sandro Scarpelini, foi feita seis horas depois de cerca de cem pessoas protestarem contra a demora na abertura da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Sumarezinho, na zona Oeste de Ribeirão Preto. O protesto ocorreu em frente ao prédio da unidade, que está pronto desde dezembro de 2016.  

Por três vezes a Prefeitura de Ribeirão Preto adiou a abertura da UPA. A última foi feita em março pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB), durante um evento para entrega de ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Na ocasião, o chefe do Executivo disse que até junho a unidade seria inaugurada.  

Em uma coletiva de imprensa, o secretário explicou que o convênio com a USP, que já é vigente há mais de 30 anos na cidade e deveria disponibilizar os funcionários para atuar na UPA, está sendo colocado em questionamento pelo Tribunal de Contas. "Um relatório tem colocado em questionamento esses convênios que temos com a Universidade de São Paulo, dizendo que tem característica de terceirização. Então temos que regularizar essa situação, porque se o Tribunal de Contas no final achar que esses convênios não são adequados, vamos ter que mudar", afirmou o secretário.  

Scarpelini afirmou que a população está certa em pedir a abertura da UPA, mas que todos os pacientes estão sendo atendidos em outras unidades de saúde, como a UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central. "Já mostrei em audiência até na Câmara que a maior parte dos pacientes desde antes do fechamento da região Oeste vem pra unidade central, todos sendo atendidos lá. Hoje no Central, no Quintino, os exames são mais rápidos, consegue fazer diagnóstico com velocidade, as filas estão diminuindo".  

UPA Norte e Sul  

O secretário também falou sobre as UPAs Norte e Sul na coletiva. Sobre a Norte, ele afirma que a obra não só foi malfeita, como a administração do governo Dárcy Vera deixou vencer contratos com a construtora. "A gente teve que fazer uma auditoria para saber como está a obra lá".  

Já a UPA da zona Sul, segundo o secretário, havia estourado os prazos do Ministério da Saúde portanto a prefeitura teve que devolver R$ 380 mil. Porém, na negociação, o secretário explica que "abriram novamente para nós a chance de ter uma nova UPA". "Já preenchemos todos os documentos, agora nós temos um terreno definido, um terreno liberado, projeto executivo pronto", diz Sandro.  

Entenda o caso  

Com cartazes, caixa de som e microfone, os manifestantes em frente ao prédio da unidade, exigiram a abertura imediata da unidade e fizeram até um abraço simbólico. Representantes do Conselho Municipal de Sáude e da Associação de Moradores dos Bairros Vila Monte Alegre e Alto do Ipiranga participaram do protesto. "Temos mais de 180 mil pessoas só aqui no Sumarezinho e sabemos que a UPA atende Ribeirão Preto e cidades da região, então precisamos urgentemente da abertura da unidade", afirmou Vera Vilma da Silva, integrante da Associação de Moradores, que também não descarta buscar ajuda de outros órgãos públicos, "vamos até a Câmara Municipal conversar com os vereadores e até o Ministério Público se for necessário", diz.  

A professora Adriana Moraes, 36 anos, é obrigada a procurar atendimento em unidades de saúde distantes da sua casa. "Moro aqui na Vila Monte Alegre, mas quando preciso de médico vou até a UPA da Treze de Maio, que está sempre lotada", reclama.