Centro Cultural Palace, Museu do Café e praças no Centro são alguns dos locais onde existem mitos (ou verdades?) de assombrações

Há os que acreditam veemente, os que respeitam a ideia, os que dizem ser uma baboseira – até escutar um barulho estranho de noite em casa.
Acreditando ou não, você provavelmente já ouviu alguma história de fantasma. Desde a loira do banheiro até o Gasparzinho, os fantasmas são parte da história. História até mesmo de Ribeirão Preto.
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De acordo com a historiadora Lilian Rodrigues de Oliveira Rosa, Ribeirão Preto possui muitos “moradores” espalhados pela cidade. Da Praça Sete de Setembro até o Edifício Diederichsen e o Museu do Café, a cidade reúne histórias de diferentes assombrações.
“No Museu do Café, por exemplo, são contadas histórias de mulheres de vestidos longos, uma inclusive de vestido azul. Guardas também contam dos barulhos dos cavalos”, afirma.
Já os cemitérios montados no século 19 nas praças Sete de Setembro, Catedral e XV de Novembro podem ter sido como os mitos (ou verdades?) dos fantasmas surgiram.
De acordo com a pesquisadora Sandra Pereira Alfé, na pesquisa “Os primeiros cemitérios de Ribeirão Preto: A morte e o morrer na capital do café”, o primeiro cemitério da cidade ocupou o espaço que hoje é a Praça XV de novembro, mais especificamente no local onde está o Monumento do Soldado Constitucionalista.
O segundo cemitério estava entre a Catedral e as ruas Tibiriçá, Lafaiete e Florêncio de Abreu e o último foi onde atualmente está a Praça Sete.

Centro Cultural Palace
E os caça-fantasmas João Torchetto de Oliveira e Rosa Maria Jaques encontraram fantasmas habitando o Centro Cultural Palace. Isso mesmo, fantasmas. No plural.
Em uma visita à cidade em abril de 2016, o casal fez uma expedição no prédio e encontrou três fantasmas assombrando o prédio. Todas as manifestações encontradas estão ligadas à história do CCP, um antigo hotel de 90 anos localizado na região central de Ribeirão, onde ocorreram, pelo menos, um suicídio, um assassinato, além de um esquartejamento não confirmado.
Porém, segundo João, não são apenas pessoas que teriam morrido no Palace que estariam assombrando o local. “Por exemplo o terno de um militar que encontramos lá. Quando o militar hospedou no hotel e saiu sem pagar, tendo que deixar o terno, isso o deixou muito constrangido. O terno, para um militar, é como uma armadura. Ele deixou uma das coisas mais importes para ele, por isso ele ainda está lá. Ele tinha uma ligação emocional com esse objeto”, comenta João.
E para o casal, outro prédio de Ribeirão Preto que tem fantasmas é o Theatro Pedro II. “Como tinha uma ligação entre os prédios, onde o pessoal saía do Theatro e ia para o Palace, temos certeza que ele também está assombrado”.
Cultura entre as lendas
Lilian confessa que acredita sim que “há mais entre o céu e a terra”. Porém, a historiadora explica que do ponto de vista da ciência humana, as lendas de fantasmas estão no imaginário popular e também permitem conhecer um pouco mais sobre a própria cidade. Os próprios cavalos e longos vestidos das mulheres vistas no Museu do Café, segundo Lilian, é uma referência cultural da época.
“Elas fazem parte da cultura, fazem parte da história rural. A vivência rural é uma vivência que guardava ingenuidade com a natureza, então não havia a ciência explicando fenômenos presente no cotidiano. A imaginação, a crença é algo muito forte na nossa região”.
E você? Já viu algum fantasma?
