'O futebol está chato', diz atacante Alemão

24/06/2016 16:19:00

Ele e Zotti fizeram jogada ofensiva, em troca de passes com a cabeça, que irritou o rival; eles protestam

Matheus Urenha / A Cidade
Zotti domina a bola com a cabeça observado por Alemão, antes de treino no estádio Santa Cruz (Foto: Matheus Urenha / A Cidade)

 

“Existem coisinhas que vão deixando o futebol muito chato. Essa que aconteceu é uma delas. Não se pode mais jogar futebol, pô!”. Não à toa o atacante botafoguense Alemão mostra irritação. Um lance plástico entre ele e o meia Zotti tomou proporções gigantes. Um efeito dominó desproporcional.

Na goleada por 6 a 2 em cima do Guaratinguetá na noite da última segunda-feira, no Santa Cruz, Alemão trocou passes de cabeça com o meiocampista e, em seguida, acertou lindo lançamento para Carlos André. “O passe deixou o Carlos na frente do gol e ele finalizou. Mas tudo hoje é considerado menosprezo. Não fizemos isso. Menosprezar é outra coisa. Estávamos jogando do jeito que dava, com a marcação do Guará em cima e buscando espaços para chegar ao gol. E não deixam a gente jogar futebol. Tudo reclamam”, criticou Alemão.

A defesa do Guará, irritada, partiu para cima do atacante, que se esquivou. Evitou a confusão. Mas recebeu cartão amarelo. “O juiz deu cartão para um [Wellinton, do Guará] e tinha que dar para outro. Mas eu não fiz nada. O tempo todo eu estava tentando fugir da confusão dos caras”, lembrou.

E aí, ao deixar o gramado para a entrada de Isac, segundos depois, mais um entrevero. Uma discussão ríspida com o técnico Márcio Fernandes. Cabeças quentes. Depois, a razão no lugar da emoção. E fim do imbróglio. “Aí o Márcio preferiu me tirar do jogo com medo de expulsão. E estávamos de cabeça quente.

Pedi desculpas à ele. Ele estava certo. Mas foi um cartão muito injusto, porque eu não fiz absolutamente nada”, completou o camisa 9.

“Algumas coisas deixam o futebol chato. ‘Cera’, por exemplo, e os caras que se jogam e simulam faltas. Mas a situação do lance em si, não foi no intuito de provocar. Estávamos jogando para frente”, concluiu.

Fala, professor!

“Trabalhei com o Alemão por oito anos nas categorias de base do Santos. É um menino que vi crescer. Então tenho essa liberdade de chegar e cobrar. É um cartão amarelo que não precisava tomar. Pode nos fazer falta mais para frente”, comentou o técnico Márcio Fernandes ao final da partida contra o Guaratinguetá. 

Zotti vê precipitação do juiz

O meia Zotti considerou injusto o cartão amarelo dado para Alemão pelo árbitro Douglas Marques das Flores. “Se tivesse que dar cartão, teria que dar para mim, e consequentemente, para vários jogadores do Guaratinguetá. Então acho que o árbitro se precipitou. Podia separar no momento e deixar o jogo correr, porque, consequentemente, todos os jogadores iriam sair daquela situação de confusão. O jogo ia correr e ia acabar por ali”, opinou.

Na visão do jogador, a reação dos atletas do Guaratinguetá não precisava ser tão intempestiva. “Eu entendo o lado do Guará e respeito demais. Quem me conhece sabe que eu respeito demais o futebol, principalmente meus companheiros e adversários. Mas ali foi um recurso que encontramos. O resultado, de repente, pode ter forçado aquela situação de reclamação deles. Houve muito ‘bafafá’ em cima de uma situação que foi só de jogo”, concluiu.



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