Candidatos podem contratar até 700 cabos eleitorais em uma cidade como Ribeirão Preto, que tem 430 mil eleitores aptos (Foto: F.L. Piton / A Cidade)

Mesmo com a tradição de famílias e amigos trabalhando como cabo eleitoral de forma gratuita, a política moderna precisa de muito mais. O A Cidade conversou com pessoas que estão trabalhando nas campanhas dos políticos em Ribeirão Preto e o faturamento pode chegar a R$ 1,5 mil por mês.

O pagamento do cabo eleitoral que vai à rua apenas para entregar panfletos e agitar bandeira gira em torno de R$ 400 a cada 15 dias – R$ 800 por mês.

Se o cabo eleitoral tiver Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o pagamento passa a ser mensal e sobe para R$ 1,5 mil.

Terceirizando

Para ter a garantia que o ‘santinho’ vai chegar às mãos do eleitor, alguns candidatos de Ribeirão Preto também optaram por contratar empresas especializadas na entrega de panfletos.

Os Correios cobram em torno de R$ 180 pelo milheiro de material entregue. Já cada carta etiquetada tem um custo de R$ 0,60 a unidade. A contratação de uma empresa especializada tem preço bem variado, dependendo do número de panfletos e santinhos e do tamanho do local que será coberto.

Senado não aprovou fim dos cabos eleitorais

Em setembro do ano passado, o Senado vetou a proibição da contratação dos cabos eleitorais, que já havia sido rejeitada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou emenda nesse sentindo argumentando que esse tipo de contratação é apenas uma maneira legalizada de comprar votos que pode determinar o resultado de uma eleição, especialmente em estados menores. Porém, o pedido foi rejeitado pela Casa.

Hoje, existe um limite para contração de cabos eleitorais. Em uma cidade como Ribeirão Preto [430 mil eleitores] por exemplo, podem ser contratos até 700 cabos eleitorais.