Funcionários do cartório eleitoral já trabalham nas urnas para as eleições deste ano (foto: Tiago de Brino / Especial)

A estrela da eleição, a urna eletrônica, está passando pelos últimos ajustes para receber os eleitores brasileiros – o primeiro turno ocorre em 5 de outubro.

Nos seis cartórios eleitorais de Ribeirão Preto, 1.287 máquinas estão recebendo checagem e bobinas novas. O trabalho vai até o fim da próxima semana, quando o banco de dados com os candidatos de 2014 será inserido para posterior lacração eletrônica.

Entre 1.287 urnas estão também os equipamentos que serão usados para o voto em trânsito (organizado pela Zona Eleitoral 108) e as urnas reservas, para serem usadas em caso de problema técnico.

Mesmo com inúmeras teorias da conspiração sobre métodos para fraudar as urnas circulando nas redes sociais, o professor de sistemas de informação da Universidade de São Paulo (USP), Edson Luiz Riccio, garante que o sistema é o mais seguro possível. Para o especialista, a urna eletrônica deixou o Brasil como pioneiro e com o sistema de votação mais moderno do planeta (leia mais ao lado).

Preparativos
Segundo Maria Alexandra Alchimin, chefe zona eleitoral 265 de Ribeirão Preto, a correria agora é para estar tudo pronto até a cerimônia de lacração das urnas. “Entre sábado e domingo da semana que vem, a urna recebe os dados eletrônicos e depois é lacrada”, disse Alchimin, responsável pelas 118 urnas da Zona 265, que tem como bairro referência a Vila Tibério.

A data que as urnas vão seguir para os 89 colégios de Ribeirão Preto e do distrito de Bonfim Paulista que serão usados na eleição ainda está sendo definida entre os juízes eleitorais e o comando da Polícia Militar. A tendência é que os equipamentos sejam levados entre o dia 3 e o dia 4 de outubro, véspera e antevéspera do pleito. Caso haja segundo turno nas disputas majoritárias, o procedimento se repete nos dias 24 e 25 de outubro.

Segundo informou a assessoria da Prefeitura de Ribeirão Preto, não haverá aula nas escolas municipais solicitadas pelo TSE na sexta-feira (3 de outubro) e, em caso de segundo turno, na sexta-feira dia 24 de outubro. O mesmo procedimento deve ser adotado nas escolas estaduais.

‘Urna antiga era mais propensa a fraudes’

“O sistema da urna eletrônica não tem conexão com a internet, o que impossibilita a ação de hackers. A lacração eletrônica utilizada é muito eficiente. Existe apenas a transmissão dados feita após o encerramento da eleição através de um protocolo da internet que é muito seguro também. No meu entender, do ponto de vista da tecnologia da informação, a urna antiga tinha mais possibilidades de fraudes do que a atual. O sistema atual é muito seguro e possibilita que os partidos possam acompanhar tudo através de cópias dos boletins de votação. Agora é óbvio que não existe um sistema infalível ou inviolável. Isso só seria possível se o contato humano fosse 100% eliminado. Além de seguro, a maior vantagem das urnas eletrônicas é muito rápido, com o resultado sendo publicado poucas horas após o término da votação. Outro ponto que podemos ressaltar é que todo o processo é auditado. Há um controle total. Por isso tudo, não é possível dar credibilidade para as teorias de fraudes que circulam nas redes sociais”.

Edson Luiz Riccio - Professor de Sistemas de Informação na Faculdade de Economia Aplicada (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), campus São Paulo.