Sujeira eleitoral: legião contra os santinhos

18/09/2014 11:34:00

Especialista alerta que é preciso ter cautela, já que eleitor tem dado mostra que não tolera mais campanha

Silva Jr. / Especial
Encher as ruas de santinhos, além de dar trabalho para garis, pode ter efeito inverso com eleitor, alerta especialista (foto: Silva Jr. / Especial)

Um dia após as eleições, que ocorrem em 5 de outubro, os garis não entrarão em cena apenas para recolher as folhas de árvores caídas ou outro tipo de lixo jogado pelas ruas e avenidas de Ribeirão Preto. O trabalho promete ser bem mais pesado e exigirá esforço maior. Isso porque terão de varrer a tonelada de santinhos espalhada no entorno dos colégios eleitorais.

Prevendo o abuso com a sujeira eleitoral, a Coordenadoria de Limpeza Urbana escalará cerca de 100 garis divididos em equipes.

E o órgão ainda avisa: “esse número pode ser alterado de acordo com a necessidade”.
Por meio de nota, a secretária de Infraestrutura, Isabel de Farias, afirma que marcar uma reunião com representantes dos partidos políticos até o fim deste mês.

A proposta será sensibilizá-los para que seus candidatos e cabos eleitorais não joguem santinhos pelas ruas de Ribeirão nas vésperas das eleições.

“O excesso de papel acaba causando transtorno para a população e dificulta a limpeza das ruas”, explicou a secretária.

Candidatos a deputado estadual ou federal ouvidos pelo A Cidade afirmam que o santinho é a principal ferramenta para se aproximar do eleitorado.

Presidente municipal do PT e candidato a deputado estadual, Jorge Parada, afirma que, se houvesse um consenso entre os partidos sobre o tema, ficaria mais fácil. “Porém, se eu não entregar o meu santinho e o concorrente distribuir normalmente, ficarei na desvantagem”, disse o petista.

Outros candidatos afirmam que terão bom senso em relação à distribuição dos santinhos e orientará as equipes de campanha.

Buscando à reeleição a deputado federal, Duarte Nogueira (PSDB) diz que distribuirá o material impresso dentro do prazo previsto na legislação.

“A panfletagem é feita até a tarde do sábado que antecede a eleição. A orientação do candidato é que as equipes de sua campanha sigam a legislação, que proíbe a distribuição no dia da eleição”, disse.
Já o vereador Ricardo Silva (PDT), candidato a federal, afirma que não fará distribuição de santinhos às vésperas da eleição em Ribeirão Preto.

TJ reconhece Adin contra santinhos

O TJ-SP (Tribunal de Justiça) reconheceu no mês passado a Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que vetava a distribuição do material de campanha 48h antes dos turnos eleitorais. A decisão da Justiça foi considerada com o trânsito em julgado.

A inclusão do parágrafo que proíbe a distribuição dos santinhos 48 horas antes da eleição nos pontos de votação foi aprovado em dezembro de 2012.

O projeto foi de autoria do vereador Walter Gomes (PR). A prefeitura chegou a vetar a proposta, mas o veto foi derrubado pela Casa.

Na Adin, a prefeitura alegou que legislação eleitoral não é competência das Câmaras Municipais. O TJ-SP acatou o argumento por unanimidade.



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