Sola de sapato é o gasto dos pequenos

12/09/2014 10:27:00

Candidatos menos badalados apostam em corpo a corpo para conquistar os votos dos eleitores de Ribeirão

Matheus Urenha / A Cidade
Noel do Bar pede votos na região central de Ribeirão Preto (Foto: Matheus Urenha / A Cidade)

Se alguns candidatos mais conhecidos de Ribeirão Preto estão encontrando dificuldade em arrecadar o valor que vem sendo usado na campanha, outros optaram por gastar apenas a sola do sapato.

Três candidatos entregaram a segunda prestação de contas parcial zerada - não arrecadaram e não gastaram. Carlos Mantovani (PTB), Noel do Bar (PTB) e Wilma Malta (PSD), que buscam vaga na Assembleia de São Paulo (Alesp) são os que fazem campanha sem recursos.

De acordo com Noel do Bar, é preciso gastar sola de sapato e contar com a ajuda de amigos. “Faço campanha entre os amigos que frequentam meu bar, nos semáforos mais movimentados e até quando levo o cachorro para passear”, afirmou Noel do Bar.

Seis dos 27 candidatos de Ribeirão Preto arrecadaram menos de R$ 10 mil. Entre eles estão a candidata à uma vaga na Alesp, Gina Oliveira (PDT), e Antonio Sandoval (PSC), que tenta uma cadeira na Câmara Federal, que ‘empataram’ - o gasto e a arrecadação foram de R$ 2.640 e R$ 7.229, respectivamente.

Candidato a deputado estadual, André Rodini (PV), gastou apenas R$ 2.624. Ele afirma que a rede social e a sola do sapato são os meios de fazer campanha de forma barata. “Ando bastante e utilizo o Facebook para interagir com os eleitores”, explicou.

Perdeu o prazo

De acordo com o balanço do TSE, Luiz Carlos Bento (PSB), candidato a deputado federal, não fez a segunda prestação de contas obrigatória. Em entrevista ao A Cidade, o candidato, que é advogado, afirmou que o staff dele “perdeu o prazo”.

“Quando lembramos, não dava mais tempo. Eu já gastei R$ 4.910. Não recebi nenhuma doação. Todo o dinheiro que vou gastar vem do meu bolso. Agora vamos apresentar corretamente as contas na prestação final”, falou Bento.

Segundo a Resolução 23.406, do TSE, “a ausência de movimentação de recursos de campanha, financeiros ou estimáveis em dinheiro, não isenta o candidato, o partido político e o comitê financeiro do dever de prestar contas”.

“A ausência de prestação de contas parcial caracteriza grave omissão de informação, que poderá repercutir na regularidade das contas finais”, aponta a Resolução.

14 conseguiram ‘guardar’

A segunda prestação de contas da eleição 2014 também mostrou que 14 dos 27 candidatos vêm conseguindo economizar – arrecadam mais do que gastam. O mais econômico é o deputado estadual que busca a reeleição Welson Gasparini (PSDB).

Ele usou apenas 6,7% do dinheiro recebido, arrecadando R$ 193.400 e gastando R$ 13.058. Logo em seguida vem Raquel Montero (PT), que busca vaga na Alesp – gastou R$ 8.928 (13,6%) dos R$ 65.550 recebidos. O vereador Maurílio Romano (PP), outro que pretende estar na Assembleia em 2015, utilizou 30% do recurso arrecadado – R$ 241.100/R$ 72.878.

Segundo Gasparini Júnior, coordenador da campanha do pai Welson, “os gastos com pessoal foram feitos após a prestação de contas”. “Nós pretendemos gastar todo montante arrecadado, sempre dentro do que manda a lei”, falou Gasparini Júnior.

Raquel Montero explicou quase a mesma coisa. “Algumas despesas maiores foram feitas depois da prestação de contas parcial. Estamos contabilizando os gastos e vamos chegar com a conta equilibrada na prestação final”, apontou.

Mais dinheiro

O deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), que busca a reeleição, é o campeão de arrecadação com R$ 842.290. A campanha já consumiu R$ 614.620.



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