Prefeitura de Ribeirão Preto corta saúde para pagar luz

08/08/2014 09:18:00

Cortes anunciados afetam, por exemplo, implantação de clínica de reabilitação de dependentes químicos

Matheus Urenha / Jornal A Cidade
Para o secretário Osvaldo Ceoldo, em situação de aperto investimetos têm de ser adiados. (Foto: Matheus Urenha / Jornal A Cidade)

A Prefeitura de Ribeirão Preto decidiu cortar recursos da saúde e da limpeza urbana para conseguir pagar dívidas, como água, luz e telefone, além de contratos de manutenção.

O caso virou polêmica na sessão de ontem da Câmara, quando apenas a oposição criticou a decisão do Executivo. Já os governistas optaram pelo silêncio e concederam votos necessários para a abertura de crédito adicional.

Sobre as alfinetadas da oposição, o secretário de Governo, Osvaldo Ceoldo, foi bastante categórico: “Em um aperto de caixa, como nós estamos passando, você tem que adiar investimentos”.

Em um dos projetos do Executivo, recursos na ordem de R$ 1 milhão destinados anteriormente para investimento na rede municipal de saúde será aplicado para despesas correntes, como energia, telefone e água. O mesmo recurso também ajudará na quitação de contratos de manutenção.

Um outro caso de transferência bastante criticado envolve R$ 13 milhões, que serão retirados da Coordenadoria de Limpeza Urbana e enviados para o IPM (Instituto de Previdência dos Municipiários).
A vereadora Gláucia Berenice (PSDB) lamentou o corte de recursos da saúde.

“Ao invés de investir na rede, a prefeitura optou em cortar R$ 800 mil e destinar para o pagamento de dívidas. Já os outros R$ 200 mil, previstos para a implantação de uma clínica de reabilitação de dependentes químicos, também foram cortados”, diz.

O tucano Maurício Gasparini usou a tribuna e disse que a “saúde” de Ribeirão não anda bem e até mandou um recado para a chefe do Executivo. “Por favor, prefeita, acabe as reformas das unidades de saúde logo. Fica aqui o meu clamor”, disse Gasparini. 

‘Construir é fácil, o difícil é manter’, diz Ceoldo

O secretário de Governo, Osvaldo Ceoldo, esclarece que existe a necessidade de pagar despesa corrente, de água e luz.

“E aí, em um aperto de caixa que nós estamos passando, você tem que adiar investimentos”, afirmou.

Segundo Ceoldo, o que muitos não entendem que construir é fácil, mas o difícil é sustentar uma nova estrutura funcionando.

Em relação ao IPM, o secretário explica que foi transferido recurso de um fundo para outro para manter o fluxo normal de pagamentos dos aposentados e pensionistas até o final do ano.

“Nós temos uma previdência que custa 22% da folha de pagamento bruta de contribuição patronal. E esses 22% que a Prefeitura paga sobre toda a folha só vira 10% para custear todos os aposentados e pensionistas”, disse Osvaldo Ceoldo.



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