Procedimento foi implementado ontem na Câmara e, entre os dados, pede o número de telefone (Silva Jr. / Especial)

No mesmo dia em que foi implantado um sistema de cadastro pessoal na portaria da Câmara de Ribeirão Preto para identificar todas as pessoas que entram no Legislativo, os vereadores decidiram abrir um “canal de diálogo” com os manifestantes contrários ao reajuste salarial aprovado, na surdina, em março.

Cinco manifestantes serão convidados para se reunirem com os vereadores na próxima segunda-feira (28).

A decisão foi tomada durante a sessão de ontem, que foi marcada por trégua, após sucessivos protestos.

O encontro será intermediado pelo vereador Beto Cangussu (PT), autor de um requerimento para que um dos representantes do “Movimento Jovem Independente” faça uso da tribuna da Câmara. O colégio de líderes decidirá se aprova ou não o requerimento, após a reunião de segunda.

Walter Gomes (PR), presidente da Câmara, argumenta que ao usar a tribuna durante um protesto no ano passado o representante de um movimento popular criticou duramente os parlamentares, que não puderam se defender.

“Estamos abertos ao diálogo, queremos saber o que eles querem. A Câmara é democrática, mas a democracia tem que existir dos dois lados”, enfatizou.

O chefe do Legislativo destacou também a segurança que o cadastro proporcionará aos frequentadores da casa.

Paralela à reunião entre manifestantes e vereadores, Beto Cangussu marcou para amanhã um encontro com os demais membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O objetivo é apurar se houve abusos nas revistas feitas por guardas civis, como alegam manifestantes.

Novo protesto
Nenhum manifestante foi encontrado ontem para comentar a proposta de diálogo e a implantação do cadastro, mas o “5º Protestaço” já está marcado para amanhã. O ato é divulgado no Facebook, na página “Vem pra Rua Ribeirão”.

Identificação pessoal entra em funcionamento

Desde ontem, para entrar na Câmara de Ribeirão Preto é necessário fazer um cadastro pessoal na portaria. Quem não apresenta documento original ou cópia autenticada é barrado.

Depois de digitar o nome completo do munícipe e o número do documento pessoal, o porteiro pergunta o número do telefone (fixo ou celular) e tira uma foto pela webcam. O sistema foi criado pela Coderp.

A identificação dura menos de um minuto e foi definida na semana passada, durante reunião entre o presidente Walter Gomes e representantes das Polícias Civil e Militar, Guarda Civil Municipal e Comissão de Segurança do Legislativo.  Todos os vereadores elogiaram o procedimento.