Manifestantes querem revogação de reajuste e criticam Walter
Um protesto realizado na sessão da Câmara de Ribeirão Preto, nesta terça-feira (15), acabou com a apreensão de cinco bombas e seis coquetéis molotov – espécie de arma química incendiária.
Guardas municipais encontraram o material escondido em uma moita no pátio da Câmara, de acordo com o superintendente André Tavares, após uma senhora denunciar “atitudes suspeitas” de um grupo.
Entretanto, os manifestantes garantem que as bombas e os coquetéis foram “implantados para desestabilizar o movimento”.
Vereadores e manifestantes disseram querer que a polícia analise as imagens das câmeras de segurança do Legislativo para identificar os responsáveis pelo material.
Linha-dura
Além de exigir a revogação do reajuste salarial dos vereadores, os cerca de 100 manifestantes protestaram nesta terça contra o “autoritarismo do presidente Walter Gomes” (PR, leia abaixo).
Dentre os gritos de guerra estavam: “Esse aumento é ilegal e essa Câmara é vergonha nacional”, “Fora Walter Gomes”, “A verdade é dura, em Ribeirão Preto existe ditadura”, “Eu sou mascarado, o Walter Gomes é descarado”.
Há 15 dias, os vereadores aprovaram na surdina projeto para correção inflacionária do próprio subsídio em 5,56%, o que resultou em manifestações.
Oito vereadores voltaram atrás, renunciaram ao aumento e depositaram a diferença para a prefeitura.
Sessão relâmpago
A manifestação, mais uma vez, acelerou a sessão, que acabou às 19h15.
O presidente da Câmara chegou a interromper a sessão, duas vezes, devido aos ininterruptos gritos do público. Ela só foi retomada quando os mascarados descobriram o rosto.
Em 15 minutos, os vereadores rejeitaram uma matéria de autoria do Executivo e aprovaram sete projetos. Outras três ficaram sem parecer da Comissão de Justiça.
Contra o ‘autoritarismo’
Os protestos na Câmara recomeçaram após os vereadores aprovarem, na surdina, reajuste nos próprios salários. Porém, a “postura” do presidente Walter Gomes (PR) estaria aguçando a ira dos manifestantes.
Nesta terça, mais uma vez, os guardas municipais fizeram revista pessoal no público. “Muita coisa transcende a questão salarial, o autoritarismo é crescente. Tem manifestante sendo ameaçado por assessores”, frisou Jonas Paschoalick.
Para Walter, proibir máscaras, obrigar identificação, impor revista e guarda volumes e reativar o detector de metais da porta giratória são medidas de segurança.
“Estamos fazendo o que necessário, não abusamos e não faltamos com respeito”.
Base nega área para ACI
Vereadores governistas e oposicionistas rejeitaram nesta terça um projeto da prefeita Dárcy Vera (PSD) que autorizava a prefeitura a conceder direito real de uso de uma área do município para ACI (Associação Comercial e Industrial).
O terreno, localizado no Distrito Empresarial, está avaliado em R$ 2,6 milhões e seria utilizado pela associação para construção de um centro de convivência empresarial e social.
O governista Giló (PR) foi um dos que votaram contra o projeto. “A ACI tem condições de comprar um terreno e a prefeitura precisa parar de doar áreas do município. Sou a favor de trabalhos sociais, mas, nesse caso, a ACI teria lucro com venda de refeições”, afirmou.