Promotoria quer a devolução do dinheiro público usado pelo vereador para pagar despesas da mulher
O Ministério Público vai intimar o vereador e pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Saulo Rodrigues (PRB), para prestar depoimento sobre a denúncia envolvendo a “farra” das viagens oficiais com uso de dinheiro da Câmara.
O A Cidade revelou no início do mês que o parlamentar pagou despesas da mulher, Cássia Camargo da Silva, na ordem de R$ 3,7 mil com dinheiro público em seis das 13 viagens oficiais que fez a São Paulo e Brasília.
Segundo o promotor da Cidadania, Sebastião Sérgio da Silveira, Saulo deverá apresentar sua versão sobre os fatos para que seja incluída no inquérito civil.
O vereador será ouvido na primeira semana de janeiro logo após o recesso judicial. O mesmo promotor enviou também uma representação para o Ministério Público de Contas.
“Não podemos permitir que dinheiro público seja usado para fins pessoais. Essa verba deve ser aplicada apenas para viagens a trabalho”, explica.
Sebastião disse que o foco do inquérito será para apurar eventual ato de improbidade administrativa praticado pelo vereador do PRB. Caso fique confirmada a farra com dinheiro público, uma ação deve ser ajuizada na Justiça para que os valores sejam restituídos integralmente à Casa de Leis.
Um processo administrativo aberto pelo Legislativo cobra justamente a devolução do dinheiro.
Versões contraditórias
Logo após a polêmica, o vereador Saulo usou o Facebook para pedir desculpas ao “povo de Ribeirão” e apresentou em um único dia duas versões sobre o caso. Porém, ambas contraditórias. Uma que as viagens eram para compromisso com o partido e a outra que não sabia sobre a restrição do dinheiro.
Câmara pode ser responsabilizada
O promotor Sebastião Sérgio da Silveira informou que a Câmara de Vereadores também poderá ser responsabilizada pelo caso envolvendo a farra do dinheiro público em viagens oficiais do vereador Saulo.
Segundo ele, o caso demonstra um indício de possível falha da contabilidade do Legislativo ao receber a prestação de contas do parlamentar. “Demonstra que não existe uma checagem sobre a veracidade das notas apresentadas pelos vereadores. Só basta entregar notas fiscais que eles conseguem a restituição”, diz.
A Câmara também deverá ser notificada a apresentar esclarecimentos sobre o caso.
Já o presidente do Legislativo, Cícero Gomes (PMDB), afirma que todas as medidas administrativas estão sendo tomadas em relação ao vereador Saulo.O vereador não foi encontrado para comentar.