A utilização da Fundação é melhor que as OS, pois a prefeitura tem pleno domínio sobre ela. Mas é um caminho que deve ser discutido com profundidade, diz o vereador Luciano Mega
Com a resistência da Câmara em dar aval para que OS (Organizações Sociais) assumam a gestão das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), a Prefeitura de Ribeirão Preto cogita recorrer à Fundação Santa Lydia como plano B.
"Se não tenho chance de fazer chamamento público para contratar OS, podemos fortalecer o Santa Lydia e transformá-la em uma fundação pública forte, que possa nos auxiliar", afirmou ontem o Secretário de Saúde, Sandro Scarpelini, em audiência pública no Legislativo.
Sandro deixou claro que sua prioridade é contratar servidores públicos para as UBS (Unidades Básicas de Saúde), os populares "postinhos".
Já para os serviços de PA (Pronto Atendimento) e Urgência, defende que os funcionários não tenham vínculo direto com a prefeitura em razão dos custos, principalmente de plantões e horas extras.
"Se eu queimo 300 funcionários para montar um Pronto Atendimento, vou continuar desassistindo a Atenção Básica. Lógico que o prefeito vai falar para escolher: ou você abre um PA ou reforça a Atenção Básica na periferia", afirmou Sandro, dizendo preferir a segunda opção, mesmo que isso signifique manter a UPA Sumarezinho fechada.
A Fundação Santa Lydia já é utilizada, desde maio de 2012, para fornecer mão-de-obra à UPA 13 de Maio e, depois, às UBDS (Únidade Básica Distrital de Saúde).
Na gestão Dárcy Vera, conforme A Cidade mostrou, a Fundação firmou convênio com cooperativa de médicos e não fazia fiscalização da qualificação dos profissionais chamados para o atendimento.
Por contas disso, é alvo de ação do Ministério Público Estadual, exigindo que suas contratações sejam por meio de processo seletivo e concurso, e também do Ministério Público do Trabalho, que busca impedir as terceirizações. Ambas estão em tramitação.
Apesar de fornecer a mão-de-obra, a Fundação nunca assumiu efetivamente a gestão das unidades de saúde.
Sem apoio
Câmara barrou OS
No ano passado, a prefeitura encaminhou à Câmara projeto que abria caminho para contratação de OS. Os vereadores, nos bastidores, acreditaram que se tratava de direcionamento para a Faepa (Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência), entidade que operacionaliza o Hospital das Clínicas. Alegando que o projeto não foi submetido ao Conselho Municipal de Saúde, a Comissão de Justiça da Câmara barrou a proposta definitivamente enterrada na terça-feira (20).
Sem recursos
Unidades de Saúde paradas
Com as obras concluídas desde o início de 2017, a UPA Sumarezinho está fechada. A prefeitura alega que a crise financeira e a Lei de Responsabilidade Fiscal impedem a contratação de servidores.
A ideia era que uma OS assumisse, para os custos do funcionalismo não serem diretamente do Executivo. Já a UPA Norte está com as obras praticamente paradas há dois anos. A gestão Dárcy não teve dinheiro para concluí-la, e o governo tucano segura a unidade buscando solução para a operação.