Waldyr Villela rebate todas as acusações de irregularidades

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve o afastamento do vereador Waldyr Villela (PSD) da Câmara de Ribeirão Preto. O habeas corpus está em segredo de Justiça, mas o ACidade ON descobriu através do Diário Oficial do Estado (DOE) desta segunda-feira (11) que o pedido foi negado.

De acordo com o advogado Regis Galino, que defende Villela, será feito um recurso para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ). “Estava aguardando um resultado positivo. Agora vamos buscar reverter o afastamento na instância superior”, disse.

Mesmo afastado, Villela recebe o subsídio mensal da Câmara de R$ 13,8 mil por determinação da Justiça. Com isso, o Legislativo de Ribeirão Preto vem pagando 28 vereadores, já que o suplente Dadinho (PTB) tomou posse em setembro.

Denúncia

O A Cidade mostrou com exclusividade no final de julho que Villela estaria usando o carro da Câmara e assessores do gabinete para prestar atendimento em uma clínica na zona Norte de Ribeirão Preto. O político ainda estaria atuando como médico mesmo sendo dentistas – tentou aplicar injeção de anticoncepcional em uma paciente.

Villela acabou afastado da Câmara há 4 meses, no dia 11 de agosto de 2017, após a Justiça acatar pedido do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e da Polícia Civil. Foram impostas as seguintes medidas cautelares: proibição de acesso ou frequência, por si ou terceiros, à Câmara Municipal de Ribeirão Preto; proibição de manter contato com seus assessores; proibição de ausentar-se da comarca; suspensão do exercício de função pública como vereador municipal e de qualquer atividade médica.

O político é investigado em inquérito por exercício ilegal da medicina, uso de documento falso, peculato e corrupção passiva e ativa.

Conselho de Ética absolveu Villela ‘na surdina’ em outubro

O Conselho de Ética da Câmara de Ribeirão Preto absolveu o vereador afastado Waldyr Villela (PSD) em uma reunião ‘quase secreta’ no dia 30 de outubro. Ele respondeu a processo por causa da investigação do Gaeco e da Polícia Civil.

Essa reunião não constava na agenda da Câmara e não teve divulgação nas redes sociais do Legislativo. O ACidade ON foi avisado que o parecer seria lido quando o Conselho de Ética já estava reunido.

De acordo com o relatório, elaborado pelo vereador Isaac Antunes (PR), a representação que deu início ao processo no Conselho seria “genérica e vazia”. “A representação formulada apresenta teor genérico e vazio, visto que não aponta qual conduta do representado estaria atentando ou incompatível para o decoro parlamentar, além de não haver tipificação expressa das supostas alegações como causa de atentado ao decoro parlamentar”, descreve o relatório.

Após a leitura, os membros do Conselho aprovaram, por unanimidade, o documento – compõe a comissão, além do relator Isaac, o presidente Lincoln Fernandes (PDT), Fabiano Guimarães (DEM), Paulinho Pereira (PPS) e Maurício Vila Abranches (PTB).