O Ministério Público Federal (MPF) requereu à Justiça o sequestro de dois apartamentos, localizados em área nobre de São Paulo, avaliados em R$ 3,5 milhões, registrados em nomes da filha e da enteada do ex-ministro e ex-prefeito de Ribeirão Preto Antonio Palocci.

Para o procurador da República Januário Paludo, “foi possível identificar possíveis atos de lavagem de dinheiro mediante aquisição de bens imóveis” em favor da filha Carolina Silva Palocci e da enteada Marina Watanabe.

Segundo o procurador, entre 2014 e 2015, Palocci declarou ter feito doações de R$ 2,9 milhões para Carolina e R$ 1,5milhões para Marina.

As investigações apontaram que o valor doado à Carolina teria resultado na aquisição de um apartamento no Edifício Port de Marseille, na rua Peixoto Gomide, Cerqueira César, São Paulo (SP). “Há indícios, portanto, de que Antonio Palocci promoveu a ocultação de patrimônio ilicitamente obtido mediante registro de doação em favor de Carolina”, explica o procurador.

Em operação semelhante, Palocci adquiriu o imóvel para Marina Watanabe, filha de sua mulher, Margareth Rose Silva Palocci, no Edifício Indaia, localizado na Alameda Sarutaiá, Jardim Paulista, São Paulo. “Havendo indícios de que os bens são produto/proveito de crimes praticados”, o MPF solicitou o sequestrou dos dois imóveis.

ACidade ON tentou ouvir os advogados Bruno Vianna, Sylvio Lourenço e Alessandro Silvério, defensores de Palocci, mas não conseguiu. Segundo a secretária do escritório deles, em Curitiba, Bruno e Alesandro estavam foram e Silvério estava em reunião. A reportagem encaminhou e-mail, mas até agora não obteve retorno.

Outro lado

O advogado de Palocci, Alessandro Silvério, afirmou que a estratégia da defesa será provar que as doações feitas as duas filhas pelo seu cliente não representam qualquer tipo de ocultação de bens.

“Quem quer ocultar bens, não os declara no Imposto de Renda. Palocci declarou todo o dinheiro doado as filhas”, disse. O advogado se negou a fazer outros comentários em relação ao pedido de sequestro de bens feito pelo MPF.