Área de recarga do Aquífero Guarani em Ribeirão Preto (foto: Milena Aurea / A Cidade)

O governo Duarte Nogueira (PSDB) não conseguiu convencer os vereadores ontem, em sua primeira tentativa, ao defender a retirada do artigo que trata da preservação do Aquífero Guarani do Plano Diretor.

A estratégia do Executivo é jogar essa questão para a Lei de Uso e Ocupação do Solo, como antecipado pelo A Cidade na edição de onteontem. Entre os argumentos apresentados, o secretário do Meio Ambiente, Otávio Okano, tentou desmistificar que a maior e a principal área de recarga do manancial subterrâneo fica na zona Leste.

“Criou-se uma história que a única área de recarga é em Ribeirão. E não é. Isso não é verdade. Se você pegar os estudos, o maior ponto de recarga do Aquífero fica no Pantanal”, diz. Outra alegação de Okano é que o Plano Diretor deve traçar diretrizes gerais. “ Já na Lei de Uso e Ocupação do Solo terá um capítulo todinho voltado para a zona Leste”, diz.

Segundo o presidente do Legislativo, Rodrigo Simões (PDT), as alegações não convenceram. “Mantemos o nosso posicionamento para que seja discutido no plano. Não vamos recuar”, disse.

Medidas para cumprimento

O presidente da Câmara, Rodrigo Simões (PDT), afirma que a inclusão de regras de preservação do manancial subterrâneo assegura que as medidas sejam cumpridas de fato. Para o vereador Renato Zucolotto (PP), que participou da reunião no Palácio, não se torna inconveniente constar no Plano Diretor as diretrizes sobre preservação do Aquífero e ocupação ordenada da zona Leste.

Bancada do PDT fecha voto contra retirada

Presidente local do PDT, o radialista Ricardo Silva orientou anteontem a bancada composta de seis vereadores na Câmara a não votar o Plano Diretor sem as regras para preservação do Aquífero. “Essa questão é uma das bandeiras do PDT. Cada parlamentar é livre para votar, mas nessa matéria o partido fechou decisão a favor da manutenção do artigo referente à proteção máxima do Aquífero Guarani”, afirmou o pedetista. Na Câmara, o encaminhamento da discussão será feita pelo líder da bancada, Orlando Pessoti.

Abrangência

O secretário do Meio Ambiente explicou que o Aquífero Guarani tem vários pontos de recarga. “A abrangência desse manancial subterrâneo envolve quatro países, incluindo o Brasil, além de sete estados brasileiros. Então, é preciso acabar com esse mito que existe em relação a Ribeirão”, afirmou Okano.