O governo do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) fez repasses financeiros na ordem de R$ 9,3 milhões para a Coderp (Companhia de Desenvolvimento Econômico) neste primeiro trimestre do ano.

O valor é 30,9% menor em comparação com o mesmo período de 2016, na gestão da ex-prefeita Dárcy Vera (PSD), quando recebeu R$ 13,4 milhões.

Para se adequar a uma nova realidade financeira, a companhia adotou uma série de medidas que já resulta em economia em torno de R$ 254 mil ao mês.

Dados divulgados pelo Site Transparência da Prefeitura de Ribeirão apontam que o valor total pago no primeiro trimestre de 2017 praticamente empata com o valor repassado apenas em fevereiro do ano passado.

Entre os fatores que levaram à redução dos aportes financeiros, constam o rompimento do contrato com a Atmosphera em decorrência da Operação Sevandija, redução de 20% dos atuais contratos e a nova proposta do atual governo para que a companhia preste exclusivamente serviços de informática aos órgãos da administração direta e indireta.

Na gestão passada, a Coderp, por meio de contratos milionários com a Atmosphera, prestava serviços desde manutenção de escolas, gerenciamento de portarias de prédios públicos a administração do Cemitério Bom Pastor.

Segundo a superintendente da Coderp, Guatabi Bortolin, o repasse menor neste ano não causou prejuízos.

“Os pagamentos dos serviços prestados pela Coderp para a prefeitura estão de acordo com a possibilidade do Executivo e com a necessidade mínima da companhia”, disse.

O secretário de Governo, Nicanor Lopes, explica que o repasse menor neste ano passou a ocorrer após um pente-fino nos contratos assinados entre a prefeitura e a companhia.

“Cancelamos muitos contratos que não faziam sentido existirem. Esses cortes foram necessários para que a Coderp possa assumir, definitivamente, seu papel”, disse.

Transparência do cemitério

Com o objetivo de voltar a prestar exclusivamente serviços na área de informática, Guatabi insiste em devolver a administração do Cemitério Bom Pastor para a prefeitura.

“Já solicitei está decisão administrativa. E a prefeitura está providenciando o projeto de lei para os trâmites necessários”, diz a superintendente, em nota oficial.

Segundo Guatabi, o projeto de lei que oficializará a transferência do cemitério para a prefeitura deverá ser aprovado pela Câmara.

Enquanto isso não acontece, a Coderp teve de abrir neste ano licitação para contratação de empresa especializada para prestação de serviços (mão de obra) de construção de 252 jazigos.

O contrato a ser assinado será de R$ 238,6 mil. A abertura das propostas das empresas interessadas ocorrerá no dia 26 deste mês.

Companhia corta 22 comissionados

Na tentativa de reerguer a Coderp, a atual superintendente adotou um pacote de medidas de contenção de despesas que já resulta em uma economia mensal em torno de R$ 254 mil aos cofres da empresa pública.

As ações vão desde a redução de 22 cargos comissionados, devolução de um prédio alugado, redução da jornada de trabalhado de aposentados a adoção de estratégias para reduzir o consumo de energia, água e insumos.

Guatabi é estima uma economia superior a R$ 3 milhões até o final deste ano.

Braço de corrupção

Investigação do Gaeco apontou que a Atmosphera se beneficiava de contratos fraudulentos com a Coderp na gestão da ex-prefeita Dárcy Vera (PSD).

Segundo as investigações, a Atmosphera também era usada para empregar indicados de vereadores que integravam a base aliada da ex-chefe do Executivo.

A Companhia sempre foi alvo de questionamentos pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) devido a irregularidades em contratos firmados com a prefeitura.