Câmara de Ribeirão Preto tenta resgatar imagem desgastada pela Sevandija

09/04/2017 11:02:00

Transparência e fiscalização do executivo são ferramentas para regatar a credibilidade da população

Renato Lopes / Especial

 

Com a imagem desgastada pelos nove ex-vereadores investigados na Operação Sevandija, a Câmara buscou no período de 100 dias - a ser completado amanhã- resgatar a credibilidade da população, por meio da transparência e cumprimento do papel de fiscalizar o Executivo. Fiscalização que não existiu na última legislatura devido ao apoio acirrado dado à ex-prefeita Dárcy Vera (PSD) em troca de cargos.

No campo da transparência, o presidente da Câmara, Rodrigo Simões (PDT), aponta a divulgação do nome completo, salário e local de trabalho de cada um dos 135 assessores dos 27 vereadores. No entanto, a transparência nesse quesito não é integral, já que, em relação aos efetivos, a divulgação se dá por meio da matrícula, impossibilitando o munícipe que desconhe o número do registro funcional do servidor de ter o acesso à informação.

“Não faço a divulgação pelo nome dos efetivos porque não tenho amparo jurídico para isso. O próprio Tribunal de Contas do Estado divulga o salário de seus servidores pela matrícula e não pelo nome”, diz Rodrigo.

Segundo ele, a divulgação das despesas dos gabinetes com transporte, telefonia e consumo de material é outra marca da nova legislatura. “Na anterior, ninguém tinha acesso a essas informações. Eram dados concentrados apenas no setor administrativo. Agora, a caixa-preta está sendo aberta”.

Mastrangelo Reino / A Cidade
Rodrigo Simões (PDT), presidente da Câmara de Ribeirão Preto (foto: Mastrangelo Reino / A Cidade)

 

Fiscalização

Composta por maioria de vereadores eleitos por partidos adversários ao prefeito Duarte Nogueira (PSDB), a Câmara não poupou convocações de secretários. Só neste período de 100 dias foram quatro: Manoel Jesus Gonçalves (Fazenda), Nicanor Lopes (Governo), Angelo Pessini (Administração) e Afonso Reis (superintendente do Daerp). No mesmo período do segundo mandato de Dárcy, a Câmara convocou apenas o ex-superintendente da Transerp, William Latuf. 

Economia

Nestes primeiros cem dias, a Câmara economizou quase R$ 2 milhões com o corte de contratos superior a R$ 1,6 milhão e cancelamento do pagamento de RTIs (Regime de Tempo Integral) aos servidores, que geravam despesa anual de R$ 390 mil. A Câmara deixou de renovar, por exemplo, contrato de publicidade. Será aberta uma licitação com valor menor, de R$ 500 mil, o que gerará economia de R$ 325 mil, entre outros.

De olho no futuro

Rodrigo afirma que, após o choque de gestão feito nos 100 dias, é preciso começar a planejar o futuro, como em fazer melhorias no prédio e retomar as obras do Anexo. “Quero, de imediato, iniciar a revitalização da fachada da Câmara, além de trocar todo o sistema elétrico do prédio. Vamos mexer também no hidráulico.” O presidente afirmou que é preciso concluí-lo para que ele não vire um elefante branco. “Só quero esperar a conclusão da CPI e receber o laudo técnico da USP de São Carlos, Mas essa obra precisa ser concluída.”



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