Protesto de servidores na frente do Palário Rio Branco, na manhã desta sexta, teve até bolo para 'comemorar' a gestão de Nogueira (Foto: Weber Sian / A Cidade)

A Prefeitura de Ribeirão Preto apresentou nesta sexta-feira (7) uma nova contraproposta aos servidores, de 4,69% parcelados entre os meses de março e outubro deste ano e janeiro de 2018, que foi negada pela categoria em assembleia à noite.

Um novo ato de protesto esta previsto para ocorrer na segunda-feira (10) em frente ao Palácio Rio Branco. Apesar de ontem ter sido a primeira vez que categoria e governo dialogaram, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) anunciou que vai descontar os dias parados dos grevistas.

“Nós vamos cumprir a lei. Se você é funcionário em qualquer empresa e não aparece para trabalhar, a empresa vai descontar de você. A gente tem que cumprir a lei”, afirmou o tucano em coletiva de imprensa.

Segundo o Sindicato dos Servidores, cerca de 2 mil pessoas participaram da assembleia na noite desta sexta, que rejeitou a contraproposta. A entidade chamou de “afronta” o anúncio do desconto dos dias dos grevistas, e prometeu recorrer à Justiça caso isso ocorra.

“Infelizmente, o governo levou muito tempo para apresentar algo, e quando apresenta está muito aquém do que os trabalhadores merecem”, afirmou Valdir Avelino, integrante da diretoria e da comissão salarial do Sindicato.

A inflação medida pelo IPCA-IBGE de março de 2016 a fevereiro deste ano é de 4,76%. O Sindicato pede 13% de reajuste. Servidores reclamam que os 4,69% propostos pelo governo seriam dados, na íntegra, apenas no próximo ano, ficando muito aquém da inflação do ano passado.

Ontem, o Executivo sofreu mais uma derrota. A Justiça determinou que a prefeitura apresente em 48 horas a escala de trabalho para que 80% dos funcionários voltem ao trabalho.

Segundo balanço divulgado pelo sindicato, houve dia em que o índice de adesão chegou a variar entre 80% e 100% dos 10 mil servidores. No entanto, a prefeitura reconhece que apenas 35% deles pararam (Colaboração: Cristiano Pavini).

Tucano apresenta dados e fala em prejuízos com greve

O prefeito afirmou durante a entrevista coletiva que, se atender ao pedido da categoria de 13% para o reajuste salarial, o impacto no orçamento será de R$ 152 milhões e elevará o Limite Prudencial em 6,3%.

“Concedendo essa correção, vamos superar o limite máximo de 54%. Hoje, já estamos em 50,42%, bem próximo do limite tolerável de 51,3%”, afirmou.

Segundo o tucano, ao longo dos últimos 10 anos, a administração municipal sempre recompôs os danos inflacionários. “Não há nenhuma defasagem. No caso da alimentação, temos o maior segundo vale-refeição do Estado. É preciso de um entendimento Racional e razoável”. Por conta da greve dos servidores, Nogueira afirmou que houve perda dos avanços feitos na recuperação da malha asfáltica. “Nós chegamos a tapar 18 mil buracos desde o início do ano”, declarou.

LEIA MAIS

Justiça determina que prefeitura apresente escala de trabalho