O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB) (foto: Milena Aurea / A Cidade)

A certeza de que três AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades) seriam construídos em Ribeirão Preto não passou de promessa de campanha do prefeito eleito Duarte Nogueira (PSDB). Segundo o governo estadual, apenas um AME está garantido.

Em entrevistas na campanha, Nogueira tratava a vinda de três AMEs como algo certo e definitivo. Disse, inclusive, que estavam previstos no PPA (Plano Plurianual) do governo estadual. Consulta do A Cidade no PPA, porém, aponta que não há essa previsão expressa para Ribeirão.

Oficialmente, o governo estadual explica que apenas a implementação do AME do Idoso está prevista nos próximos anos. Orçado em R$ 17,4 milhões, ele está com projeto executivo pronto, aguardando abertura de licitação.

Os outros dois, apesar de alardeados pelo tucano nas eleições, sequer possuem previsão de viabilização nos próximos dois anos. A implementação até pode ocorrer, mas não está nos planos atualmente.
As informações foram obtidas pelo A Cidade junto à Secretaria de Estado da Saúde por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

“Por enquanto, não há outro ambulatório previsto para ser implantado na região”, afirma Adhemar Dizioli Fernandes, Diretor do Grupo Técnico de Edificações da Secretaria de Estado da Saúde, em resposta ao requerimento da LAI.

Promessas

“O AME já existe, capital e interior, e para cá vão vir três, com a ajuda do governador”, garantia um dos jilges de Nogueira, em ritmo de “Rap”, durante a campanha eleitoral. Agora, a assessoria do Palácio Rio Branco já mudou o tom e diz que irá “cobrar a construção” dos AMEs.

AME do idoso

O Ambulatório com atendimento voltado ao Idoso será na Avenida Independência, nº 4770, próximo ao Hospital Estadual. Segundo o governo estadual, ele está orçado em R$ 17,4 milhões e será licitado “o mais breve possível”. O AME integrará o Centro de Referência do Idoso, com um “edifício dividido em dois corpos alongados que se tocam em uma das extremidades e estão conectados por uma passarela em suas porções centrais. Ambos têm três níveis, incluindo o térreo”, segundo o Estado.  

A razão do desgaste

O consultor Gilberto Musto, autor de três livros sobre marketing e estratégia política, explica que o não cumprimento de promessas de campanha é um dos motivos pelo qual a classe política está desgastada. Ele ressalva, porém, que apenas a não entrega dos AMEs prometidos não significará uma desaprovação do mandato de Nogueira pela população. “A gestão é aprovada quando atende às expectativas”, diz. Segundo ele, o municípe busca respostas para seus problemas. “Mesmo sem os AMEs,   pode haver a percepção de que a saúde melhorou por outras ações”.  

Promessas descumpridas por Nogueira

- Não aumentar impostos municipais (reajustou em 15,53% a conta de água, mas baixou para  12,37% após determinação judicial, e aumentou a Contribuição de Iluminação Pública – CIP - em 10,72%)

- Inaugurar a UPA Norte este ano (devido a problemas deixados pela gestão anterior no pagamento da obra e crise financeira para contratar funcionários, prefeitura já admite que inauguração será no próximo ano)

- Restringir construção na zona Leste para proteger a área de recarga do Aquífero Guarani (liberou a construção de três mil casas na região, mas que segundo o tucano estão fora da área de proteção do Aquífero)