Vereadores reeleitos foram contra reajuste, mas vão ficar com salário maior

18/01/2017 09:20:00

Subsídio saltou dos R$ 10,8 mil para R$ 13,9 mil mensais - aumento de R$ 3,1 mil

Matheus Urenha / A Cidade
Protesto durante sessão na Câmara de Ribeirão Preto (foto: Matheus Urenha / A Cidade)

 

Vereadores reeleitos e que votaram em 2015 contra o reajuste de 26% no valor do subsídio a ser pago pela Câmara a partir deste mês não têm planos de renunciar ao dinheiro a mais.

O salário de cada parlamentar desta legislatura saltou dos R$ 10,8 mil para R$ 13,9 mil mensais - aumento de R$ 3,1 mil.

Marcos Papa (Rede), Rodrigo Simões (PDT), Paulo Modas (Pros), Gláucia Berenice (PSDB) e Bertinho Scandiuzzi (PSDB) foram os cinco vereadores que se posicionaram radicamente contra o reajuste aprovado na época.

O A Cidade conseguiu ouvir três dos cinco vereadores e eles afirmam que vão pensar a respeito, defendem discussão profunda e que custo de vida está alto.

Se os mesmos vereadores mantivessem a coerência do discurso de 2015 e abrissem mão do aumento, eles contribuiriam com uma economia anual de R$ 186 mil. Esse valor chegaria a R$ 744 mil no final do mandato.

O especialista em marketing político, Yuri Félix Araújo, lamenta a atitude dos vereadores e da sinal da personalidade verdadeira deles. “A verdade é que votaram contra por questão eleitoral e não por respeito ao dinheiro público”. 

‘Custo de vida alto’ 

O vereador Paulo Modas (Pros) afirmou que fazer a devolução do valor referente ao reajuste torna-se um ato bem complicado neste momento. “O custo de vida está caro. O valor de muitas coisas subiu, como o IPTU, energia”, disse.

‘Vou pensar no assunto’

Atual presidente da Câmara, o vereador Rodrigo Simões (PDT) disse  que ainda não pensou no assunto sobre a devolução do dinheiro. “Se abrir a mão desse adicional, eu teria que doar para alguma entidade.
Eu já ajudo uma entidade. Mas não pensei ainda no assunto.”

‘Discussão profunda’

Marcos Papa (Rede) não devolverá o dinheiro. “Quando foi votado este projeto, votei contra. Agora é lei. Precisamos fazer uma discussão mais profunda, pois os poderes e a democracia custam, mas nem sempre dão o retorno que a população espera”, diz.

Sumiu 1

O A Cidade não encontrou Gláucia Berenice (PSDB) para comentar o caso, apesar de contatos feitos com assessores e ligações para o celular direto dela. Os assessores disseram que não estavam conseguindo contatá-la.

Sumiu 2

Bertinho Scandiuzzi (PSDB) também não foi localizado. Foram várias
tentativas ao longo do dia não só com a assessoria, mas pelo celular do parlamentar. Assessores disseram que também não conseguiram encontrá-lo.



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