Descrente, mas aberto a novas promessas dos candidatos

23/08/2016 10:00:00

Eleitores estão dispostos a ouvir as propostas daqueles que buscam o Palácio Rio Branco

Não é novidade: o eleitorado brasileiro está descrente da classe política. No entanto, o que chama a atenção é que mesmo desanimado, o eleitor está aberto a novas promessas.

Dez de 11 munícipes ouvidos pelo A Cidade, ontem, aceitariam ser abordados pelos prefeituráveis. Para a cientista política Maria Teresa Kerbauy, a abertura deve-se ao fato de o voto ser obrigatório no País. “O eleitor tem que votar, então, ouvir as propostas é uma opção para ajudá-lo a escolher”, enfatizou.

Vagas em creches, buracos tapados, consultas e exames de saúde mais rápidos e humanizados, praças cuidadas e terrenos limpos estão entre as propostas que os moradores da zona Norte e da área central querem ouvir dos candidatos.

Com poucas particularidades, a maioria das reivindicações segue um consenso entre moradores de diferentes regiões, como mostra reportagem publicada dia 7 de agosto.

“É importante que os postulantes exponham suas pretensões para podermos escolher qual administrará melhor o município. Existe político bom, temos que ter esperança”, frisou a cabeleireira Jucimara Nunes Ribeiro, emendando que “o próximo prefeito precisará atrair empresas que gerem emprego, além de oferecer capacitação”.

Questionado sobre os problemas apontados pela população, o governo da prefeita Dárcy Vera (PSD) voltou a elencar obras feitas nos últimos oito anos.

Morador da Comunidade do Dutra, Arnaldo Rodrigues de Freitas Neto, afirma que nenhum candidato é bem-vindo por lá. “Estamos cansados de promessas descumpridas. São todos oportunistas. Já me ofereceram cesta básica em troca do meu voto, mas eu não me vendo, pois estaria sendo mais sujo”, enfatizou.

Morador do Centro, Nelson Antônio de Oliveira diz que os políticos deveriam manter o diálogo com a população fora da campanha. 

Arte / A Cidade

Análise - Simpático e sensível

Começar pelos bairros mais pobres é, sem dúvida, uma estratégia de campanha. Na teoria, é uma forma de o candidato a prefeito manifestar suas prioridades. Apesar de não garantir que isso se confirme na prática. Essa escolha também torna o candidato mais simpático, mais sensível às reivindicações dos mais pobres. Já o Centro é onde a aparição causa maior impacto devido ao aglomerado de pessoas. A população deve buscar o melhor meio de escolha dos representantes. Não adianta se revoltar contra a política, pois é ela que ordena o nosso País. Não adianta colocar todos os políticos no mesmo balaio porque eles não são iguais. Cabe ao político saber a melhor forma de abordagem, diante da angústia do eleitorado. É preciso conhecer os problemas da cidade. O político não pode ser falso e nem prometer o que não vai cumprir. Político sem credibilidade simplesmente não tem voto. Yuri Félix Araújo, Especialista em marketing político.

Gestão Dárcy Vera elenca obras feitas

Questionado sobre os problemas apontados pela população, o governo da prefeita Dárcy Vera (PSD) voltou a elencar obras feitas ao longo dos últimos oito anos. 

Na área da Educação, a administração destaca a construção de 22 novas escolas e creches, além de reformas e ampliações, gerando 10,5 mil novas vagas.

“Até dezembro, a prefeitura irá finalizar o recapeamento de 12 bairros da cidade, totalizando 51 km de vias, por meio do programa Desenvolve SP”, frisou.

Ainda segundo o governo, “por mês são retiradas em toda a cidade quase 17 mil toneladas de lixo e 260 toneladas de entulho, a quantidade se refere ao descarte irregular em locais públicos e particulares”.



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