Edinho Silva é alvo de novo pedido de inquérito da Lava Jato

02/05/2016 14:57:00

Procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao STF a abertura de mais um inquérito contra o ministro

Marcos Leandro / Tribuna
O ministro Edinho Silva

O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de mais um inquérito contra o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff, e uma nova investigação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Os textos se baseiam na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) na investigação da Operação Lava Jato. Caso o ministro Teori Zavascki aceite a abertura dos novos inquéritos, será o segundo contra Edinho e o sexto contra Cunha – Edinho é alvo de um inquérito com base na delação de Ricardo Pessoa, enquanto Cunha responde a duas denúncias e três inquéritos.

No caso de Edinho, a nova investigação está relacionada ao relato de Delcídio de que o ministro o orientou a receber, via caixa dois, o pagamento de dívidas de campanha de R$ 1 milhão por meio de um laboratório farmacêutico, a EMS.

Segundo o delator, porém, a operação não se concretizou porque as empresas credoras não aceitaram receber diretamente da EMS.

Em relação a Cunha, o novo inquérito se refere a uma possível influência que o peemedebista teve em uma diretoria de Furnas. Delcídio disse acreditar "que ele tenha recebido vantagens indevidas" porque mantinha "comando absoluto da empresa". Segundo o senador, Furnas chegou a se associar a uma hidrelétrica ligada a Lúcio Bolonha Funaro, corretor de valores muito próximo a Cunha.

OUTRO LADO - Em nota, Edinho Silva disse que as afirmações de Delcídio do Amaral são "mentiras escandalosas" e que sempre agiu de maneira "ética, correta e dentro da legalidade".

Ele ressaltou que é favorável à apuração de fatos referentes à sua atuação na tesouraria da última campanha presidencial, mas ponderou que jamais orientou o senador a "esquentar doações". "Jamais mantive contato com as mencionadas empresas antes ou durante a campanha eleitoral. As doações para a campanha de 2014 estão todas declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral, bem como seus fornecedores. As contas da campanha foram todas aprovadas por unanimidade", disse.



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