Após 2 anos de promessa, Instituto Federal é puro mato

27/04/2016 09:14:00

Liberação de recurso para instalação do campus em Ribeirão Preto foi suspensa e não há previsão

Milena Aurea / A Cidade
Imóvel que dará lugar a campus do Instituto Federal está à mercê de usuários de droga; clique na imagem para abrir galeria (Foto: Milena Aurea / A Cidade)

Em vez de estudantes, usuários de drogas circulam pelo antigo prédio da Cianê, que está abandonado e tomado por mato.

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Há quase dois anos, a prefeita Dárcy Vera (PSD) reuniu autoridades no local para anunciar a instalação de um campus do Instituto Federal (IF), entretanto, até hoje a obra - que começaria em dezembro de 2014 - ainda não saiu do papel.

Iniciada em 2012, a novela não tem prazo para acabar, já que há contingenciamento de verbas por parte do governo federal.

Avaliada em R$ 27 milhões, a obra deveria ser realizada com recursos do Ministério da Educação.

“A cidade está no planejamento futuro de instalação de um campus avançado, todavia, devido ao cenário político e econômico, há suspensão atual do programa de expansão da rede federal”, ressaltou, em nota, a assessoria de Comunicação do Instituto Federal de SP.

Procurada nesta terça-feira (27), a prefeitura disse somente que “está aguardando reunião, já solicitada pelo governo municipal, com Instituto Federal para definir os próximos procedimentos.”

O ex-deputado federal Newton Lima (PT), que encabeçou a bandeira, na época, junto com os vereadores Jorge Parada (PT) e Beto Cangussu (PT), articulou e aprovou uma emenda de bancada na Câmara dos Deputados para a Lei Orçamentária (LOA) da União do ano passado. Porém, a verba foi contingenciada na sua integralidade.

Segundo a assessoria de Newton, o petista fez a ponte entre a prefeitura e o IF, mas, ao não se reeleger deputado em 2014, deixou de participar das discussões.

Nomeado pela presidente Dilma Rousseff (PT), Newton preside a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, ligada ao MEC.

A última notícia recebida pelos vereadores foi sobre uma pendência por parte da administração na documentação da área.

Para Beto, apesar do contingenciamento, Ribeirão ainda deve ser contemplada. “O projeto está atrasado, mas não significa que está perdido”, enfatizou.

Já Parada solicitará uma reunião com Dárcy. “O instituto é de extrema importância para o município”, diz o vereador, que coletou mais de 20 mil assinaturas em uma abaixo-assinado.  

Arte / A Cidade

Especialista em RH enfatiza importância

Para a consultora de RH (Recursos Humanos), Roberta Scatena Novelli, atualmente, a qualificação profissional é um diferencial fundamental no mercado, principalmente no momento de se candidatar a uma vaga de trabalho.

“Quando a gente fala em qualificação profissional estamos falando em conhecimento, estamos falando em mão de obra preparada, o que muitas vezes o mercado não acha com facilidade”, enfatizou.

De acordo com o governo da prefeita Dárcy Vera, a unidade do Instituto Federal de Ribeirão Preto formaria em média 1,2 mil alunos por ano. Gratuitos, os cursos seriam definidos em audiências públicas.

Ainda segundo a especialista, a qualificação pode ser considerada uma “porta de entrada” no mercado. 

“Logo que terminam o curso técnico, os profissionais podem começar a atuar, como estagiários ou traines, e ir buscando as oportunidades dentro da empresa”, explica Roberta.

Verba para instituto está suspensa

Além de confirmar que “a emenda foi contingenciada na sua integralidade” e que Ribeirão Preto “está no planejamento futuro de instalação de um campus”, o Instituto Federal frisou que “o custo de um campus avançado, que é caso de Ribeirão Preto, hoje deve estar em torno de R$ 9 milhões”.

A nota do IFSP ainda destaca que “há a intenção de uma nova reunião ainda este ano” entre a prefeitura e a direção do IF. “Já ocorreu uma reunião, em março de 2015, entre o diretor geral de Infraestrutura e Expansão do IFSP, professor Silmário Santos, e o setor técnico da prefeitura”, resumiu.



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