Lideranças são contra reajuste salarial em Ribeirão Preto

28/11/2015 15:21:00

Presidentes dos partidos temem que apoio a aumento tenha reflexo negativo nas eleições de 2016

Mariana Martins / A Cidade

Nicanor Lopes afirma que o momento é ruim para discutir reajuste (foto: Mariana Martins / A Cidade)

 

Lideranças de partidos políticos de Ribeirão Preto devem mirar contra qualquer projeto que possa tramitar na Câmara na tentativa de reajustar o salário do prefeito e do vice para o próximo mandato (2017-2020). Servidores do Executivo que ganham o teto R$ 17,3 mil, congelado desde 2009, voltaram a fazer lobby pelo reajuste.

Uma minuta de projeto prevê reajuste do salário do próximo prefeito de R$ 17,3 mil para quase R$ 23 mil - um aumento de 30%. O índice é a reposição da inflação dos últimos quatro anos.

Com receio de que o apoio favorável ao aumento possa causar reflexos negativos nas eleições de 2016, lideranças políticas afirmam que é preciso ter cautela na discussão da proposta.

O presidente do Diretório Municipal do PSDB, Nicanor Lopes, afirma que o cenário econômico atual não é favorável para o reajuste do salário do prefeito e do vice-prefeito. “O momento é ruim para uma discussão do tipo, quando se briga para a manutenção do emprego da população.”

A bancada do PSDB na Câmara é formada por três vereadores. “A bancada tem sido muito responsável em relação ao dinheiro público.”

Ao sair da sessão da última quarta-feira, o vereador Bertinho Scandiuzzi (PSDB) afirmou que os outros dois colegas de bancada - Gláucia Berenice e Maurício Gasparini - chegaram a assinar a minuta do projeto. “O fato de assinarmos não significa que vamos voltar favoráveis a esse aumento”.

Já o presidente do PMDB de Ribeirão, Paulo Saquy, tem o mesmo discurso de Nicanor e rechaça qualquer proposta de aumento para próximo prefeito. “Ao invés de querer aumentar o subsídio do Executivo, é preciso enxugar a máquina pública e reduzir o número de secretárias”, disse.

Cotado para concorrer ao Palácio Rio Branco em 2016, Saquy defende reajuste para os secretários. “Mas desde que tenha redução do número de secretarias”.

O presidente do PT, vereador Jorge Parada, é contra qualquer reajuste. “Não é porque ficou um tempo sem aumento, agora se acham no direito de ter numa tacada só”. O petista vê muita dificuldade para o projeto ser aprovado por conta de reflexos negativos nas eleições 2016. 

Lobby de servidores começou em 2014

O lobby de servidores para reajustar o salário do chefe do Executivo teve início desde o ano passado. O interesse maior é que, caso haja o reajuste, eles também serão beneficiados.

O teto salarial do funcionalismo público municipal é o valor do subsídio da prefeita: R$ 17,3 mil, congelado desde 2009 por vontade da própria prefeita Dárcy Vera (PSD). Os servidores chegaram a pleitear a reposição da inflação desde 2009, o que tornou a negociação difícil.

Agora, na tentativa de conseguir algo, a minuta do projeto que circula na Câmara prevê um aumento perto de 30% - referente apenas as perdas da inflação desde 2012. 

O projeto para a correção do subsídio da prefeito pode ser votado até junho de 2016, véspera do período eleitoral.



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