Câmara veta 'descontão' de 20% para venda de imóveis

21/12/2014 15:16:00

Áreas à venda estão em diversas regiões de Ribeirão, como na zona Sul

Weber Sian / A Cidade
A partir da esq., os vereadores Mauricio Gasparini (PSDB), Marcos Papa (sem partido) e Ricardo Silva (PDT): derrota da base (Foto: Weber Sian / A Cidade)

Em sessão bastante tumultuada na manhã de ontem – a última de 2014 –, a Câmara de Vereadores vetou a administração Dárcy Vera (PSD) a vender qualquer imóvel público com desconto de 20%.

O Executivo previa arrecadar perto de R$ 40 milhões, mas essa projeção cairia com a redução dos valores dos imóveis.

São áreas localizadas em diversos pontos da cidade, como na zona Sul, que está em plena expansão imobiliária.

Para atrair compradores, a prefeitura previa conceder, inclusive, algumas facilidades para o pagamento, como o parcelamento em até seis vezes.

A discussão do projeto levou um embate entre vereadores da base governista e da oposição. O clima ficou bastante tenso quando os oposicionistas festejaram, logo após a votação, a rejeição do “descontão”.
Para que o projeto fosse aprovado, seriam necessários votos da maioria absoluta dos vereadores – ou seja, 12.

O vereador Ricardo Silva (PDT) ocupou a tribuna para criticar a postura da prefeitura neste caso.

Segundo o pedetista, ratificar a atitude da administração municipal em abrir mão dos terrenos seria o mesmo que dar poder para que o patrimônio público fosse jogado no lixo.

Ricardo afirmou ainda que não seria o momento para vender os imóveis. “Até mesmo a Fundace, que fez a avaliação, reconhece o momento crítico”, disse.

Já o vereador Marcos Papa (sem partido) disse que o Executivo deveria segurar a venda dos imóveis. “Se o desespero da administração é pagar suas dívidas, deve aguardar mais um pouco. Logo entrará recursos do IPTU e IPVA”, diz.

O vereador Samuel Zanferfini (PMDB), que até antes da eleição era da base aliada de Dárcy, votou contra a venda dos imóveis.

O peemedebista explicou que não é contra a venda dos imóveis, mas é contrário à forma como a administração decidiu se desfazer dos imóveis.

Para Genivaldo, faltou ‘entendimento’ a vereadores

O líder do governo na Câmara, Genivaldo Gomes (PSD), reconheceu que a administração municipal sofreu uma derrota ontem ao não conseguir votos necessários para aprovar o projeto da venda dos imóveis.
“Acredito, sim, que seja uma derrota, mas estamos em uma democracia. Assim, é preciso respeitar o voto dos vereadores”, afirmou.

Segundo o aliado de Dárcy, houve um equívoco no entendimento por parte da maioria dos vereadores em relação ao projeto rejeitado ontem.

“Houve uma desvalorização dos imóveis, mas a prefeitura não iria perder dinheiro, como a oposição fala. Isso porque os imóveis seriam vendidos por meio de concorrência.”

Genivaldo explicou que os valores dos terrenos que constam no projeto de lei são mínimos. “Durante a concorrência, o empresário que oferecer o valor maior é quem levará”, afirmou.

Já o petista Beto Cangussu rebateu a explicação ao dizer que, a cada projeto do Executivo, os valores são reduzidos para beneficiar os compradores.



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