Pagamento a fornecedores é motivo de insônia no governo Dárcy Vera

30/10/2014 10:15:00

Prefeitura avisa que divulgará em breve diversas medidas para fechar o ano no azul

Milena Aurea / A Cidade
Em setembro, Dárcy convocou uma coletiva e anunciou que todos os novos investimentos estão suspensos (foto: Milena Aurea / A Cidade)

Com uma dívida acumulada em torno de R$ 60 milhões com fornecedores, o governo da prefeita Dárcy Vera (PSD) perde o sono ao buscar estratégias administrativas viáveis para equilibrar as contas públicas até o final deste ano. O temor dos aliados da chefe do Executivo é virar o ano no vermelho e, ao empurrar débitos para 2015, ficar na mira do TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Até mesmo Dárcy admite que não para de pensar na situação. “Meu foco, hoje, é Ribeirão. É conseguir concluir todas as obras que estão em andamento e pagar todos os fornecedores. Eu só penso nisso”, disse. A declaração foi feita ao ser questionada pelo A Cidade sobre o reflexo da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) para a cidade e seu futuro político devido à aproximação com o governo federal.

Sobre a crise envolvendo os fornecedores, o secretário de Governo, Osvaldo Ceoldo, também confirma que a situação tira o sono. “Se tira o sono? Lógico. Tira o sono e é uma preocupação permanente”, afirmou.
Nas noites de insônia, as estratégias que mais passam pela cabeça, como corte rigoroso de gastos e elevar a arrecadação, foram adotadas no amanhecer.

“A solução mesmo é fechar as torneiras, fazer as despesas extremamente necessárias. Nós temos que arrecadar o máximo que puder”, afirmou. Em setembro, Dárcy convocou uma coletiva e anunciou que todos os novos investimentos estão suspensos para tentar quitar os débitos até dezembro.

Calote
O secretário de Administração, Marco Antônio dos Santos, admitiu ontem que a prefeitura está sem pagar fornecedores desde fevereiro deste ano.

“A ordem cronológica para o pagamento dos fornecedores está parada desde fevereiro. Estamos pagando apenas os serviços essenciais, como os que envolvem saúde, lixo... Se você pegar a ordem cronológica do município, verá que tem fornecedores sem receber desde fevereiro”, confessa.

O secretário explica que a própria prefeita determinou para que os fornecedores sejam pagos até dezembro.

Por meio de nota oficial, a prefeitura afirma que várias medidas foram adotadas pela Comissão Gestora de Finanças, que deverão ser divulgadas em breve.

No ano passado, a prefeitura já tinha determinado economia nas secretarias. Também tenta reduzir prejuízos ao buscar vender terrenos públicos e aplicar o recurso em um fundo de investimento

06.ago.2013 - Matheus Urenha / A Cidade
O secretário de Administração, Marco Antônio dos Santos (foto: Matheus Urenha / A Cidade)

Prefeitura suspende licitação

A Prefeitura de Ribeirão Preto revogou ontem o pregão presencial 0117/2014, de R$ 2,3 milhões, que pretendia comprar panetones, biscoitos e pães. A suspensão veio depois de o vereador Ricardo Silva (PDT) dizer que pretendia convocar o secretário da Administração, Marco Antonio dos Santos, para dar explicações à Câmara. Em nota, a prefeitura afirmou que “diante de questionamentos com relação ao registro de preços para compra de pães, biscoitos e panetones para as mais de 60 mil crianças atendidas pelos núcleos e escolas municipais de Ribeirão Preto, a prefeita Dárcy Vera determinou o cancelamento do processo licitatório. A medida tem como objetivo garantir a transparência e a lisura dos atos da Administração Municipal”, diz a nota.

Reduzir prejuízos

O secretário de Administração, Marco Antônio dos Santos (foto), disse que uma das estratégias da prefeitura para reduzir prejuízos é vender imóveis públicos, como terrenos, que não servem para a implantação dos chamados equipamentos públicos. Desde o ano passado, a prefeitura tenta desfazer dos imóveis, mas não consegue, mesmo oferecendo com valores abaixo de mercado.

Para arrematar

Na tentativa de atrair compradores para os terrenos da prefeitura, o secretário de Administração explica que a prefeitura oferece alguns atrativos. “Alguns lotes serão oferecidos para que o comprador dê 20% do valor de entrada e possa parcelar o restante em duas parcelas. Também tem a opção de dar 40% do valor como entrada e mais quatro parcelas”, diz.



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