Justiça coloca Walter Gomes e Davi Cury em liberdade

16/08/2018 16:57:00

Ex-presidente da Câmara de Ribeirão Preto estava preso há 610 dias, desde dezembro de 2016. TJ considerou excesso de prazo na prisão preventiva

 

Walter Gomes foi preso pela Polícia Federal em 14 de dezembro de 2016 (Foto: Blanche Amancio/Divulgação)

Pela manhã, o TJ já havia soltado também o ex-secretário da Casa Civil, Layr Luchesi Júnior. Depois, além de Walter, concedeu habeas corpus também para o ex-superintendente da Coderp, Davi Cury, e o advogado Sandro Rovani (que deve continuar preso, pois tem prisão preventiva decretada em outros dois processos da Sevandija).  

A argumentação dos desembargadores, em todos os habeas corpus, é de excesso de prazo na prisão preventiva dos réus, que ainda não foram julgados. Walter Gomes está atrás das grades há 610 dias.  

Ele foi preso na Operação Eclipse, flagrado em interceptações telefônicas tentando ocultar imóveis para fugir do bloqueio judicial. É acusado, também, de corrupção passiva por indicar apadrinhados na Atmosphera em troca de apoio político a ex-prefeita Dárcy Vera e de receber propina de Marcelo Plastino.  

Walter foi flagrado, em 11 de agosto - três semanas antes da Sevandija ser deflagrada - em um cafezinho com Plastino, recendo uma revista com um envelope que estaria recheado de dinheiro.  

"A justiça foi feita", afirmou ao ACidade ON o advogado Júlio Mossin, que defende Walter.  

O ex-presidente da Câmara, ao ser interrogado, confirmou que fazia indicações para a Atmosphera, mas negou a prática de crimes e que teve o apoio político "comprado". Também negou ter recebido propina de Plastino.  

Desde que foi preso, Walter reclama de problemas de saúde na prisão. Ele chegou, inclusive, a ser submetido à cirurgia de desvio de septo. Laudos médicos juntados por sua defesa também apontaram que ele teria "predisposição ao infarto".  

Walter, Luchesi e Davi não poderão deixar Ribeirão Preto e devem ficar recolhidos em casa no período noturno.

Suspenso
Além do excesso de prazo, os desembargadores também levaram em consideração a suspensão do processo da Atmosphera pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em abril deste ano, que irá decidir se houve uso de verba federal no esquema e, portanto, se há necessidade de remeter os autos para a Justiça Federal.  

Não há prazo de quando o STJ irá deliberar sobre o tema e, até lá, a tramitação desse processo está parada. Os demais processos - como o dos honorários, no qual Dárcy é ré tramitam normalmente.  

Mais informações ao longo do dia no ACidade ON e na edição impressa do A Cidade.



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