Vereador de Ribeirão Preto já recebeu mais de R$ 120 mil após afastamento

10/05/2018 16:34:00

Waldyr Villela, que é réu em ação por três crimes, não pisa na Câmara desde agosto de 2017, mas recebe subsídio

Waldyr Villela (PSD) (Foto: Matheus Urenha / A Cidade)

O vereador Waldyr Villela (PSD) já recebeu R$ 124.281 da Câmara desde que foi afastado do cargo, em 11 de agosto de 2017. Isso porque, mesmo impedido de pisar no prédio do Legislativo por decisão judicial, o político segue recebendo normalmente o subsídio de R$ 13.809 ao mês.  

O pagamento é feito porque Villela conseguiu, na Justiça, liminar para ter o subsídio depositado mesmo estando afastado. Em nota, o presidente da Câmara, Igor Oliveira (MDB), disse que chegou a suspender os pagamentos no ano passado, mas depois a Câmara precisou cumprir a determinação da liminar.  

"No ano passado, em processo analisado pelo Conselho de Ética, o vereador foi inocentado das acusações. Mesmo assim, o Legislativo suspendeu os salários do vereador que, por sua vez, recorreu à Justiça e conseguiu reaver os vencimentos", informou Igor.  

O presidente disse ainda que vai aguardar o desenrolar do caso na Justiça. "Por fim, afirmamos que o Legislativo aguarda o julgamento em definitivo da ação e reforça que serão cumpridas todas as determinações legais após notificação pelo Poder Judiciário", finalizou Igor, em nota.  

Virou réu 

Nesta semana, o vereador se tornou réu sob acusação de três crimes: peculato, exercício ilegal da medicina e exercício de atividade com infração administrativa. A Justiça de Ribeirão Preto ainda bloqueou bens dinheiro em contas bancárias do político.  

De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a medida visa garantir que no futuro, em caso de condenação, o parlamentar possa ressarcir os cofres públicos.  

O advogado Regis Galino, que defende Villela, garante que o parlamentar afastado é inocente. "Vamos manter a linha da defesa e comprovar que o dr. Waldyr é inocente", disse.

ACUSAÇÕES CONTRA VILLELA:  

Peculato (artigo 312 do CP) - De janeiro até agosto do ano passado ele teria desviado as atividades de seus servidores comissionados para atendimentos na clínica que atuava, bem como utilizava do veículo oficial da Câmara para deslocamentos até aquele lugar, sem qualquer relação com as atividades legislativas.

Exercício ilegal da medicina (artigo 282, do CP) - Investigações apontaram que desde 2008 ele trabalhava com médico em um clínica mesmo sendo dentista

Exercício de atividade com infração administrativa (artigo 205, do CP) - Desde 2011, havia vedação expedida pela Vigilância Sanitária para o local que abrigava a clínica que Villela atuava

ACUSAÇÃO CONTRA OS EX-ASSESSORES:  

Falsificação de documento público (artigo 299, do CP) - Assinavam o livro de ponto da Câmara, como se estivessem a serviço do Legislativo, mas estavam atuando na clínica



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