A tendência é que os dois vereadores de Ribeirão Preto sejam absolvidos e tenham o mandato preservado
O Conselho de Ética da Câmara se reúne hoje, a partir das 17h30, para a leitura dos relatórios finais dos pedidos de investigação protocolados por promotores de Justiça contra Isaac Antunes e Adauto Marmita, ambos do PR. Cada um responde a um processo interno em separado, que apuram se houve quebra de decoro parlamentar. A tendência é que ambos sejam absolvidos e tenham o mandato preservado.
Segundo Otoniel Lima (PRB), presidente do Conselho, a reunião será aberta ao público. Marinho Sampaio (MDB) é o relator da investigação contra Isaac e André Trindade (DEM) do pedido que tem Marmita como alvo. Os relatórios, após lidos, se transformam em pareceres, que podem propor arquivamento, advertência, suspensão ou cassação do mandato. A votação será com os demais integrantes do Conselho: Maurício da Vila Abranches (PTB) e Jorge Parada (PT).
Marmita foi alvo de investigação devido à sua suposta participação na organização de dois bailes funks no Parque Ribeirão, que terminaram em confronto com a Polícia Militar, no final do ano passado.
Em um deles, em 31 de dezembro, Marmita aparece em um vídeo intermediando a conversa entre os organizadores e policiais. Ele nega, porém, ter sido o organizador do evento. "Fui chamado pela população, porque as pessoas do bairro sempre pedem minha ajuda", disse ao A Cidade à época.
Já Isaac é investigado pela PF por crime eleitoral, após a Operação Têmis trazer indícios de ter utilizado a estrutura do movimento Muda Ribeirão, em conjunto com o Limpe Seu Nome, para realizar campanha eleitoral antecipada para se eleger a vereador, prometendo limpar o nome de pessoas negativadas.
Não tinha mandato
Vereadores ouvidos pela reportagem apontam que Isaac não tinha mandato como parlamentar à época dos fatos e, portanto, não poderia ser enquadrado em quebra de decoro. Já Marmita, dizem, não teria a participação comprovada como organizador das festas e, tampouco, em "atos que tenham sido desonrosos com o exercício de vereador". Ambos negam a prática de irregularidades.
Villela foi absolvido
Em outubro do ano passado, em reunião feita às pressas e sem divulgação, os vereadores do Conselho de Ética absolveram por unanimidade Waldyr Villela da acusação de quebra de decoro parlamentar. A Cidade revelou que ele atuava como médico, mesmo sendo dentista, Vilela está afastado da Câmara por decisão judicial.
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