Parte do dinheiro do resgate foi recuperado; acusado ainda escondia armas e carro roubado. (ACidadeON)

Ligações ameaçadoras, uma carta com um roteiro a ser seguido e uma pressão sem fim nas últimas 30 horas. O crime de extorsão mediante sequestro, algo incomum para Araraquara, terminou na madrugada desta sexta-feira com a liberação do refém e a prisão de um dos três acusados de extorquir e seqüestrar o filho de um empresário de Araraquara. O jovem ficou sob a mira armada em um cativeiro enquanto a família pagava o resgate. Um dos três bandidos foi preso na ação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

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O crime começou na quarta-feira à noite. O operador de máquinas de 24 anos, filho de um empresário ligado ao ramo de terraplenagem, chegava em casa no Jardim Silvânia quando foi rendido pelos bandidos. Armados, eles o tiraram do carro e o levaram para outro veículo, um Gol, que havia sido roubado anteriormente em Américo Brasiliense. A polícia foi avisada e, desde então, passou a monitorar o caso sob segredo absoluto. Um primeiro contato foi feito no telefone do pai do jovem.

O delegado Fernando Bravo, da DIG, não comentou sobre o valor pedido pelos seqüestradores. O ACidadeON apurou inicialmente falou-se em R$ 500 mil, montante fora da realidade financeira da família. A cada ligação, sempre feitas de telefones públicos e de diferentes regiões da cidade, os seqüestradores faziam novas exigências, mas, segundo o delegado, aceitavam negociar. Tanto que o valor pago não chegou a 10% do pedido inicial.

Enquanto a família ficava em pânico, policiais civis monitoravam a quadrilha. Nesta madrugada, depois do pagamento do resgate, o jovem foi libertado. “Ele foi deixado no trevo próximo a Usina Maringá”, diz Fernando Bravo. A vítima não estava ferida. Com base nas informações colhidas e com o jovem salvo, policiais procuraram e encontraram o cativeiro: a casa de um dos bandidos na Avenida Albert Eintsein, no Parque São Paulo.

Uma casa simples e usada basicamente para o cometimento do crime. Na cozinha, comida e garrafas de refrigerante. No quarto, onde o jovem ficou trancado havia apenas um colchão. Uma algema, destas vendidas em sex-shop, foi apreendida. A polícia acredita que ela tenha sido usada para prender o filho do empresário. Por lá, também havia lacres plásticos. O acusado, um ex-detento que fugiu recentemente de uma unidade prisional em Marília, onde cumpria prisão em regime semiaberto por roubo, confessou o crime.

Ele não deu detalhes e nem entregou os comparsas. Na casa dele, segundo o delegado da DIG, foram apreendidos ainda R$ 12 mil em dinheiro – referente a parte do resgate pago -, além de dois revólveres calibre 38, um deles com numeração suprimida. Um carro, modelo Gol, roubado este mês em Américo, foi recuperado. O veículo usava uma placa falsa. O acusado – que era foragido da Justiça - foi preso em flagrante por extorsão mediante sequestro, associação criminosa, posse irregular de arma de fogo permitido e restrito.