Estudante da USP foi assassinado por tentar romper namoro

19/02/2018 16:30:00

Informação foi dada pela irmã da vítima, que afirma que a própria família o aconselhou a pôr fim à relação doentia

 

 

 

 

Heber Galante Assalim Júnior (à dir.) morreu dois dias após ser esfaqueado

 

 

 

O universitário Heber Galante Assalim Júnior, 22 anos, foi morto porque tentou pôr fim ao relacionamento com o gerente C.P.A.J, de 38 anos. É o que diz Sara Gisele Cardoso, 38, irmã da vítima. Segundo ela, a própria família aconselhou o estudante a acabar com o namoro 'abusivo' ao perceber que o acusado era extremamente ciumento.    

Heber foi esfaqueado na noite de segunda-feira (13), em um apartamento do Jardim Botânico, na zona Sul de Ribeirão Preto. Ele foi socorrido e ficou dois dias internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva) da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas, em Ribeirão Preto, mas não resistiu e faleceu na quarta-feira (14), por volta de 12h10. 

Segundo a irmã, Heber estava decidido a terminar o relacionamento com C. "Ele tinha dormido na casa da minha mãe um dia antes e, após ouvir os nossos conselhos, decidiu que era hora de encerrar esse relacionamento extremamente abusivo".  

A irmã afima que a intenção do agressor, depois esfaquear Heber, era deixá-lo trancado no apartamento para que morresse sozinho, sem socorro. "Os vizinhos disseram para a gente que ouviram os gritos do meu irmão. Eles contaram que o meu irmão gritava: deixa eu sair. Deixa eu seguir a minha vida em paz", conta. 

De acordo com Sara, o suspeito só abriu a porta do apartamento após o segurança e o porteiro insistirem. "O porteiro e o segurança do prédio foram até o apartamento e disseram que enquanto ele (agressor) não abrisse a porta, ninguém iria sair de lá".  

O suspeito fugiu logo após abrir a porta e Heber foi socorrido pelos funcionários do prédio.  

Segundo a irmã, a família passou a aconselhar Heber para romper a relação depois de perceber o quanto o namorado era ciumento. "Diversas vezes a minha mãe o viu mexendo no celular do meu irmão escondido e ela sempre o repreendia. Eram pequenas coisas que mostraram para a gente o quão doente ele era. A partir daí, a nossa relação com ele mudou e percebemos que ele era um psicopata."  

O relacionamento 

C. e Heber se conheceram na casa que dividiam com os amigos. "O Heber realizou o sonho de estudar na USP e foi morar em Ribeirão Preto. Em uma das casas que o meu irmão morou, conheceu o C. e os dois decidiram morar juntos. 

Segundo Sara, Heber não via maldade nas pessoas. "Meu irmão era uma pessoa incrível. Ele era amável, carinhoso, responsável, bom filho, bom irmão, bom amigo. Sempre pronto pra ajudar", disse. 

Agora, a família espera que a justiça seja feita. "Na frente das pessoas, o C. se mostrava um cordeiro. Só falando de Deus e de família, mas nunca deixou o meu irmão em paz".  

Segundo o delegado Leonardo Balbim, os policiais da CPJ (Central de Polícia Judiciaria) Sul continuam a investigar o caso, mas ainda não têm o paradeito do suspeito. O policial não informou se já houve pedido de prisão do acusado. 

(Germano Neto com supervisão de Rita Guimarães)



    Mais Conteúdo