Suspeita de espancamento foi levantada pelo HC de Ribeirão Preto, onde a mulher de 24 anos permaneceu internada até morrer
Mulher estava internada na Unidade de Emergência do HC de Ribeirão Preto (Foto: Renato Lopes / Especial)
O delegado Rodrigo Salvino Patto, titular da Delegacia de Polícia Civil de Cajuru, afirma que está praticamente descartado o crime de homicídio como causa da morte da jovem Dulcinéia Dias Ferreira, de 24 anos.
A suspeita de que ela teria sido vítima de espancamento consta em um faz do Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto à polícia, onde ela faleceu após um período de 20 dias de internação. A mulher estava inconsciente, tinha múltiplas lesões pelo corpo e havia sofrido cinco paradas cardíacas, de acordo com o hospital.
Segundo a família, Dulcinéia era usuária de crack e, apesar de ter residência fixa, vivia pelas ruas da cidade.
O delegado afirma que a família declarou durante o inquérito que a jovem sofreu uma queda acidental no caminho de casa, por isso apresentava lesões pelo corpo. Um BO (boletim de ocorrência) chegou a ser registrado como lesão corporal e tentativa de homicídio, mas Patto disse que deve alterar a natureza para morte suspeita.
Exame
O delegado Rodrigo Salvino Patto ainda aguarda um laudo necroscópico, para confirmar a suspeita de que a jovem tenha sido vítima de uma infecção generalizada. Há a suspeita de que ela estivesse com um feto morto em seu ventre.
O irmão da jovem, Agnaldo de Souza, conta que uma pessoa desconhecida foi quem socorreu Dulcinéia. A jovem chegou a ser levada para o Hospital de Cajuru e depois transferida para Ribeirão.
"No hospital os médicos perguntaram se ela teria sido espancada, mas dissemos que não sabíamos nem tínhamos qualquer suspeita de um suposto autor", afirma.
O irmão disse que até chegou a suspeitar de alguma dívida de droga e conta que Dulcinéia manteve um relacionamento com um homem há aproximadamente dois anos.
A mãe da jovem tinha a intenção de interná-la em uma clínica de reabilitação para dependentes de drogas, de acordo com Agnaldo. "A nossa mãe está sofrendo muito, pois tinha muito apego pela Dulce e dava muitos conselhos, mas ela era rebelde", relatou.
A jovem deixa a mãe e cinco irmãos. O corpo de Dulcinéia foi sepultado na manhã desta sexta-feira (16) no Cemitério de Cajuru.