Treino de caratê acaba na delegacia em Ribeirão Preto

19/01/2018 11:32:00

Aluna passou por atendimento na UPA com sangramento vaginal e dores abdominais; professor nega agressão

Patrickbrassard / PIxabay

 

Uma massoterapeuta, de 35 anos, registrou boletim de ocorrência por lesão corporal culposa após se machucar durante um treino de caratê em uma academia de Ribeirão Preto.

A aula ocorreu no último dia 9 e teve como objetivo o fortalecimento da região abdominal. A aluna relata, no boletim de ocorrência, que o professor teria desferido quinze chutes em sua barriga, alguns com força desproporcional.

Terminado o treino, a mulher notou um sangramento vaginal, que persistiu até sexta-feira (12), quando ela retornou à academia e realizou somente exercícios aeróbicos.

No sábado (13), como a dores persistiram, a aluna procurou a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da avenida 13 de Maio, onde foi medicada com buscopan, omeprazol e liberada.

Nesta quinta-feira (18), ainda com dor, inchaço e hemorragia, ela retornou a mesma unidade de saúde, onde uma médica solicitou exames de raio-x e ultrassonografia por suspeitar de lesão na musculatura abdominal e uterina.

De acordo com o professor de caratê que ministrou a aula, Thiago Silveira Spinola, “foi realizado um treinamento de fortalecimento abdominal, inclusive com a participação de crianças e adolescentes, mas a aluna não informou que estava no meio do seu ciclo menstrual, uma informação importantíssima para quem está dando aula, pois nesta situação o útero incha e não pode sofrer nenhum tipo de impacto”, comentou o sensei.

Em entrevista ao ACidade ON, Thiago também disse que pretende entrar com processo judicial por danos morais, devido a publicações e comentários feitos nas redes sociais pelo namorado de sua aluna. “O professor deve proteger ao máximo a integridade dos alunos e não tenho como prever que a aluna está em seu ciclo menstrual”.

Segundo Thiago, o treinamento foi de cinco chutes de cada lado, com intensidade leve, aplicados pelo professor e por uma mulher, em revezamento. “Em nenhum momento ela pediu para parar ou demonstrou que não estava bem. Era uma das minhas melhores alunas, treina há três anos, a mais dedicada e muito participativa”, finaliza o carateca.

A reportagem tentou entrar com contato com a aluna que registrou a ocorrência, mas ela não atendeu aos telefonemas.
 



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