Juiz da Sevandija nega, novamente, liberdade a Dárcy

13/12/2017 17:59:00

Advogada da ex-prefeita alegava que Wagner Rodrigues mentiu em delação premiada

Valdinei Malaguti / EPTV
Dárcy chegando para audiência no Fórum de Ribeirão Preto, no dia 5 de dezembro (Foto: Valdinei Malaguti / EPTV)

 

O juiz Lúcio Ferreira, da 4ª Vara Criminal, negou na tarde desta quarta-feira (13) mais um pedido de liberdade feito pela defesa de Dárcy Vera. Ela está presa desde 19 de maio.

A advogada da ex-prefeita alegou que ela deveria ser solta porque Wagner Rodrigues mentiu em colaboração premiada, mas o magistrado justificou que “este não é o momento processual adequado para analisar a fundo o teor da delação”.

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“Somente na sentença é que será possível analisar o conteúdo e o valor probatório da referida delação”, afirmou Lúcio, em decisão publicada às 17h13 no portal da Justiça Estadual. Ele ressaltou, também, que os motivos que justificaram “a prisão cautelar da corré Darcy Vera ainda persistem”.

O pedido de liberdade foi feito pela advogada Claudia Seixas em 30 de novembro. “É importante deixar registrado que não existem nos autos provas robustas da participação da denunciada [Dárcy] em referido esquema, com exceção da fala de Wagner Rodrigues na colaboração premiada”, diz a advogada, lembrando que o delator ocultou do Ministério Público (MP) a propina que teria recebido.

Na semana passada, o MP se posicionou contra a revogação da prisão e rebateu as acusações da advogada. Ao juiz Lúcio, os promotores disseram que a participação de Dárcy no esquema de corrupção está embasado em “um sem número de outras provas e não somente no acordo de delação premiada firmado por Wagner”.

Os promotores dizem que a “investigação deu conta que a requerente [Dárcy], tinha plena ciência e participação ativa no esquema criminoso”, citando interceptações telefônicas em que Zuely Librandi cita que repassava dinheiro a “ela”.

Segundo os promotores, Dárcy acordou o recebimento de R$ 7 milhões em propina para viabilizar o pagamento, pela prefeitura, dos honorários advocatícios a Zuely Librandi.

“Enquanto não houver rastreamento do dinheiro e a identificação de sua localização atual, há o risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga, uma vez que os investigados poderiam se valer de recursos não bloqueados para facilitar o refúgio”, diz o MP.

A ex-prefeita e Zuely negam propina, mas na semana passada, pela primeira vez desde a deflagração da Sevandija, disseram que houve um empréstimo feito por Dárcy com a advogada de cerca de R$ 100 mil, sem contrato ou declaração à Receita Federal.



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