No canil da PM, o treinamento é de pai para filhote

08/12/2017 20:52:00

Próximo da aposentadoria, a vaga de Apache será de seu filhote, Aruck, recém chegado a equipe de busca e localização de pessoas

Weber Sian / A Cidade
Apache e Aruck (Foto: Weber Sian/ A Cidade)

 

Nas dependências do Batalhão da Polícia Militar, em Ribeirão Preto, a missão de Apache, um cão da raça bloodhound, de seis anos, está prestes a ser encerrada.

Em outubro do ano passado, ACidade ON divulgou a aposentadoria do cão, que fez história ao atuar no caso do menino Joaquim Ponte Marques, 3 anos. Com experiência, ele cheirou e encontrou o corpo da criança. Depois, restou a dúvida: quem poderia o substituir com maestria?

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Aruck é o nome dele. O filhote do Apache, de pouco mais de um mês, chegou para ser treinado e seguir o legado do pai. As características, segundo o sargento Anderson Selingardi, responsável pelo canil da PM, são muito parecidas: foco e, principalmente, determinação.

“Aqui, eles fazem parte da nossa equipe. O adestramento, que é dividido em fases, é específico para buscar pessoas. Eles nos auxiliam diariamente e, em toda a região, em ocorrências de roubos de veículos, localização de criminosos e desaparecimentos”, afirma.

O processo, no entanto, é demorado. A expectativa é que o aprendiz-farejador esteja apto para o trabalho em 2019, quando Apache cederá a vaga ao filhote. Ao lado de Aruck, Find, a primeira cadela deste setor, e de apenas 15 dias, também deve ser apresentada futuramente.

O treinamento

Selingardi explica, ainda, que o treinamento dos novos membros do canil, assim como foi o de Apache, não é focado na obediência básica, mas, sim, na prática do faro. “Esses cães se direcionam por células mortas do corpo do ser humano, que vão caindo a todo momento. Então, o adestramento é em cima disso: eles precisam seguir esses odores e instinto”, diz.

E existe uma explicação para tanta eficiência: bloodhound é a raça com maior número de células olfativas – cerca 320 milhões delas, enquanto os seres humanos possuem apenas cinco milhões.

“Eles são da mesma linhagem, mas não devem treinar juntos. Nós sempre procuramos dar sequencia ao trabalho, e o Apache já é um cão ‘bom de serviço’. Agora, os dois novatos vão ser inseridos na parte de ambientação e socialização no próprio quartel”, afirma o sargento. E se durante o expediente a ordem é cada um no seu canto, as horas vagas são de pura brincadeira.

Buscas em mata

Inaugurado em 1964, o Canil da Polícia Militar conta, atualmente, com 23 cães treinados, distribuídos entre farejamento de drogas, explosivos e armamentos e busca e localização de pessoas – equipe que, agora, ganhou reforços, devido a alta demanda e bons resultados.
 



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