Gaeco procura corpos de vítimas dos tribunais do crime

19/10/2017 16:43:00

Foi apurado pelo Gaeco que toda semana ocorria a execução de uma pessoa julgada por integrantes da facção criminosa

Ricardo Canaveze
Suspeito foram levados para a Central de Flagrantes; veja mais fotos na galeria (Foto: Ricardo Canaveze / A Cidade)

 

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de Ribeirão Preto vai tentar levantar os locais onde foram enterrados os corpos das vítimas julgadas pelos tribunais do crime do PCC (Primeiro Comando da Capital).

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O Gaeco apurou durante as investigações que toda semana ocorria execução de uma pessoa julgada por integrantes da facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios brasileiros.

“É impressionante o número das vítimas. É uma coisa assustadora. Agora, encontrar esses corpos é o trabalho que vamos desenvolver”, afirmou um dos promotores responsáveis pela operação deflagrada na manhã desta quinta-feira.

A Operação Antígona visa o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão de pessoas suspeita de participar dos tribunais e da morte de várias pessoas. No período da manhã, cinco pessoas foram presas, mas uma delas - um jovem de 21 anos- acabou liberado na delegacia. A operação continua nesta tarde. Os nomes dos presos ainda não foram divulgados.

Drogas

Dois dos presos na Antígona foram encontrados com drogas e levados para a Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecente). Um deles, de 20 anos, estava na casa da sogra, no Jardim Paiva, zona Oeste. No quarto dele foi encontrado um tijolo de maconha, segundo o Gaeco.

“Eu não sabia que tinha droga em casa. Ele usa um quarto quando está lá [na residência], mas não sabia do envolvimento com entorpecente”, disse a sogra.

O filho dela, que também estava na casa, chegou a ser levado à delegacia, mas foi liberado.

A mulher de um dos presos durante a operação afirmou que os policiais arrombaram a porta da moradia do casal no Jardim Zara, zona Leste. “Ele chegou a ser detido ontem, mas acabou liberado”, contou, sem revelar o motivo.

A mulher disse, ainda, que o jovem de 20 anos já chegou a ser preso por tráfico de drogas, mas que a prisão teria sido forjada. “Eu só tenho ele na vida. É ele quem me ajuda”, afirmou chorando na porta da CPJ (Central de Polícia Judiciária) da rua Duque de Caxias.

O major da PM Marco Aurélio Gritti disse que nenhum dos envolvidos resistiu às prisões efetuadas no período da manhã.

O policial revelou que foram apreendidas cartas endereçadas a presidiários no apartamento de um dos detidos, na zona Oeste.

A operação ocorreu pela manhã em bairros como o Jardim Paiva, Paulo Gomes Romeo, Alto do Ipiranga e Monte Alegre, na zona Oeste, e Ribeirão Verde, Jardim Zara e Jardim Helena, na região Leste.

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