'Sargento Pavanin foi morto ao defender a família dele', diz coronel

10/10/2017 11:56:00

Sargento Johnson Pavanin trabalhava há 17 anos na corporação; às 16h30 colegas interromperão as atividades para homenagem

Ricardo Canaveze
Velório do Sargento Pavanin no 9º Grupamento do Corpo de Bombeiros, em Ribeirão Preto (Foto: Ricardo Canaveze/ ACidade ON)

 

O tenente-coronel Alexandre Luis dos Santos, comandante do 9º Grupamento de Bombeiros de Ribeirão Preto, disse que o 2º sargento Johnson Cesar Celestino Pavanin, de 45 anos, foi assassinado enquanto tentava defender a família dele de assaltantes armados.

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O crime ocorreu na noite desta segunda-feira (9), quando o bombeiro chegava à sua casa, no Jardim Jamil Seme Cury, zona Norte da cidade.

“A família está anestesiada e o mais importante é apoio e atenção que tem recebido. Agora, é somente o tempo, que é um remédio para casos como este”, declarou o comandante. Nenhum familiar falou com a reportagem do ACidade ON.

Pavanin trabalhava havia 17 anos na corporação e desempenhava trabalho interno no setor de vistorias do Corpo de Bombeiros de Ribeirão.

O tenente-coronel Alexandre contou que o sargento trabalhou até 19h30 de segunda-feira, dia do crime, na sede do grupamento, quando foi para casa. Ele não estava fardado e não portava arma.

“Ele tentou defender a família dele, para não deixar o pessoal entrar na casa, porque tinha duas crianças e a mulher na residência. Talvez isso tenha sido o fator determinante para sua execução”, disse.

O tenente-coronel, porém, descarta que bombeiro possa ter sido vítima de uma emboscada. “Não havia nenhuma ameaça, nenhuma punição no currículo dele. Ele estava na hora errada, no lugar errado. Foi um cidadão comum, vítima da violência urbana. Acredito que o poder aquisitivo dele, pelo bairro que ele morava, não teria muito valor na residência. Vejo, sim, que foi tamanha a crueldade com a execução de um agente de segurança pública”, comentou.

A declaração do tenente-coronel foi dada durante o velório do sargento, que ocorre nesta terça-feira (10), na sede do 9º Grupamento, na rua do Professor, no Jardim Irajá, zona Sul. A despedida reúne familiares, amigos e os companheiros da corporação.

O sargento deixa a mulher e dois filhos – uma menina de 4 anos e um menino de 8 anos.

Combate a grandes incêndios

O sargento Pavanin chegou a ser deslocado das funções internas para participar recentemente de combates a grandes incêndios em vegetação na cidade.

“Era um excelente profissional, com diversos cursos, e também excelente pai de família. Vai deixar saudade. Tinha o verdadeiro espírito do bombeiro, porque sempre pensava nos outros”, afirmou o comandante.

Minuto de silêncio

O sepultamento do sargento Pavanin está marcado para as 16h30 desta terça, no Cemitério da Saudade, nos Campos Elíseos, zona Norte. Não haverá honras militares, pois o bombeiro não estava em serviço quando foi morto.

Um cortejo deve sair da sede do 9º Grupamento de Bombeiros por volta das 16h.

Segundo a corporação, durante o sepultamento está previsto um toque de silêncio de policiais militares, incluindo os bombeiros, em todo o Estado de São Paulo.

O corpo de Pavanin deve ser sepultado com a farda militar e sob uma bandeira do Brasil.

Em nota, o Corpo de Bombeiro destaca que o sargento “salvou muitas vidas no exercício de sua profissão”.

“Precisamos cuidar um pouco da saúde mental das pessoas. A vida não tem preço. E estamos perdendo vidas por muito pouco”, comentou o tenente-coronel Alexandre.

 



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